Por Erick Matheus Nery
O clima de festa junina segue pelas ruas do Brasil, mas nem tudo é alegria. De acordo com um levantamento realizado pela XP, os ingredientes mais usados nos pratos típicos do “arraiá” estão, em média, 7,9% mais caros do que no ano passado. A variação cambial e a Guerra na Ucrânia são alguns dos “responsáveis” por essa alta nos preços.
De acordo com os dados catalogados pelo economista Alexandre Maluf com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior alta foi registrada no grão de milho, que subiu 21,5% no acumulado dos últimos 12 meses.
“No caso do milho, o preço subiu muito no ano passado por conta da guerra Ucrânia x Rússia e devido ao câmbio que estava muito valorizado. O Brasil importa a commodity também, apesar de ser grande produtor. Tudo isso acabou influenciando nessa alta considerável. Temos uma safra forte para este ano, e até impressiona o fato de a variação estar se mantendo a níveis altos. Esperamos que o preço do milho caia nos próximos meses”, comenta Maluf.
Itens como bolo (15,2%), fubá (+14,1%), manteiga (+ 13,2%), leite (10,5%) e bala (10,8%) também dispararam. Do outro lado, carnes (do espetinho), óleo de soja e açúcar refinado caíram 29,5%, 5,3% e 1,8%, respectivamente.
“A carne do espetinho, item cobiçado nas festas juninas, está mais em conta devido ao ciclo de abates favorável e melhora nos preços de grãos, que baratearam as rações. Com isso, o custo de confinamento caiu bastante”, complementa Maluf.
Também está incluso na conta da XP itens como remédios gastro protetores, que subiram 10% no acumulado dos últimos doze meses. “Isso tem uma relação clara com os reajustes de medicamentos que foram anunciados pela indústria farmacêutica em abril. Houve uma alta expressiva, não só dos gastro protetores, mas, no geral. Os produtos farmacêuticos apresentaram uma alta relevante”, analisa o economista.
Confira a lista completa com os itens analisados e a variação dos preços: