Por Layane Monteiro, analista política e de conteúdo da Nomos
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou em 4 de julho, os primeiros indicados pelo governo Lula (PT) ao Banco Central: Ailton de Aquino (para a Diretoria de Fiscalização) e Gabriel Galípolo (para a Diretoria de Política Monetária). Ainda no mesmo dia, o Plenário do Senado também aprovou a decisão.
O Banco Central do Brasil possui autonomia administrativa e, de acordo com a Lei Complementar 179/2021, o Presidente e os Diretores da instituição serão indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação de seus nomes pelo Senado Federal.
Conheça mais sobre os novos membros da Diretoria do Banco Central:
Ailton de Aquino: servidor de carreira com mais de 25 anos de atuação no Banco Central, atuou como auditor chefe e chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia e em Direito pela UDF Centro Universitário.
Aquino tem MBA em Contabilidade Internacional, especialização em Engenharia Econômica de Negócios, e pós-graduação em Direito Público.
Aquino foi aprovado pela CAE com 24 votos favoráveis e apenas 1 contrário. No Plenário, obteve 42 votos a favor e 10 contra.
Gabriel Galípolo: formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi professor universitário de 2006 a 2012 nos cursos de graduação da instituição. Foi presidente do Banco Fator de 2017 a 2021, e é especializado em parcerias público-privadas.
Galípolo fez parte do grupo técnico de infraestrutura na equipe de transição do governo Lula.
Galípolo foi aprovado pela CAE com 23 votos favoráveis e 2 contrários. No Plenário, obteve 39 votos a favor e 12 contra.
Em março deste ano, Gabriel Galípolo participou da Arko Conference 2023, evento realizado pela Arko Advice, com a presença de ministros e autoridades para debater o ambiente político, regulatório e econômico brasileiro. Assista o evento na íntegra.
Principal desafio
As indicações de Aquino e Galípolo foram recebidas positivamente pela CAE e pelo Plenário do Senado Federal, que aprovaram com folga suas nomeações. Aquino e Galípolo devem trabalhar internamente pela queda da taxa básica de juros do país, a chamada taxa Selic, um dos principais instrumentos de política monetária para controlar a inflação. A Selic influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
No mercado financeiro, há expectativas de que o encontro da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em agosto, marque o início dos cortes da taxa básica de juros (a Selic), atualmente em 13,75% ao ano.