Por: Márcio Aith
O que significa, para a Argentina, “cortar os laços” com o Brasil, como disse a principal candidata para assumir o ministério das Relações Exteriores do governo de Javier Milei? O que ela quis dizer com “parar de interagir” com o governo Brasileiro?
No Itamaraty e no mundo privado, muitos leram as declarações de Diana Mondino de uma maneira distinta. No Ministério das Relações Exteriores elas foram vistas como sinal de confusão, não apenas na relação bilateral – que, a rigor, deixaria de existir -, mas no âmbito da agenda do Mercosul.
No entanto, tanto os diplomatas brasileiros quanto alguns dos maiores grupos empresariais do país não temem, de uma certa forma, hostilidade do governo argentino em relação ao setor privado brasileiro. Para alguns setores, a situação é mais complicada.
São aqueles dependentes do Mercosul, acordo que, sem a Argentina, perde a lógica de livre comércio que prevalece hoje, inclusive com forte integração da cadeia produtiva do setor automotivo.