Por Bruno Mazzoni
Janeiro de 2023 foi marcado pela forte apreciação das commodities com ênfase para as commodities metálicas. O Minério de Ferro, por sua vez, fechou o último trimestre (novembro 22 – janeiro 23) com alta de aproximadamente 72%.
Com foco no Minério e contexto de “reabertura da chinesa”, as ações da Vale (vale3), cuja correlação com a commodity é imensa, subiram na mesma intensidade.
A pergunta que fica é: Até quando a alta do minério atual será sustentada?
No mercado financeiro, muitas vezes a narrativa faz “mais preço” que os dados macroeconômicos.
Dados econômicos recentes da China, mostraram sim uma recuperação da economia após flexibilização de sua política zero covid.
Porém, na contramão do potencial crescimento chinês está os Estados Unidos. Que pela primeira vez em décadas poderá ter o retorno do juro real na economia.
Bancos Centrais “do ocidente” com exceção do Banco Central Japonês, estão lutando contra inflação, subindo juros e torcendo para que suas economias esfriem.
Inflação é o tema central do Ocidente neste primeiro trimestre de 2023, enquanto Crescimento é o tema central da China.
Em Janeiro, a “narrativa” Crescimento Chinês Ganhou, o que esperar de Fevereiro?
O meu cenário para 2023 fica no centro das 2 narrativas apresentadas. O nome do cenário é terrível, chama-se estagflação.
Estagflação pressupõe que o crescimento Global até virá, porém baixo e ainda com inflação acima da meta.
No Brasil, diferentemente do restante do mundo, nós vivemos cenário parecido entre 2015 e 2017.
Portanto, para a Economia Global, os meus estudos de projeção de preço para commodities têm focado nos períodos de 2014, 2015, 2016.
Onde, após o susto com o Default da Grécia o mundo passou a se acostumar com a China e EUA crescendo menos, mas ainda sim crescendo o suficiente para espantar uma recessão aguda aos moldes de 2008. O gráfico abaixo ilustra (entre as linhas amarelas) o comportamento de preços “estáveis” para as commodities que eu espero para 2023.
Grafistas chamam o padrão de preços de “consolidação”
Conclusão: o potencial crescimento chinês será suficiente para manter commodities aquecidas e “ofuscar” o aperto monetário que o ‘ocidente’ está fazendo? Não!
Para acreditar na manutenção de alta para as commodities em 2023, o investidor precisa apostar que a China irá crescer no mínimo 6% em 2023.
Caso esteja pessimista, e do lado do ‘recessão futebol clube’, o investidor pode optar por ativos defensivos como ouro e Títulos (pré-fixado).
*O conteúdo do artigo é de responsabilidade do colunista e não reflete o posicionamento do FLJ