Banco admite balanço abaixo do esperado

Após resultado fraco, CEO do BB pede que investidor não ouça "fake news" e "sensacionalistas"

Após resultado fraco, CEO do BB pede que investidor não ouça "fake news" e "sensacionalistas"

São Paulo, 15/08/2025 – A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, admitiu que os resultados do segundo trimestre, divulgados na noite da véspera, ficaram abaixo das expectativas da estatal e do mercado financeiro, mas pediu a investidores que ouçam analistas de bancos para entender o balanço, evitando “fake news”.

“Se pautem por relatórios sérios, de analistas que conhecem o BB e acompanham. Não ouçam ´fake news´, não ouçam vídeos sensacionalistas em redes sociais. Não se pautem por informações incompletas”, disse Medeiros, em recado que chamou atenção durante videoconferência com investidores na manhã desta sexta-feira.

“Acompanhem esta teleconferência, vejam os analistas que vão perguntar. Esses são os que estão com a gente há muito tempo”, acrcentou a CEO, no encontro virtual para comentar os resultados.

O BB reportou lucro de R$3,8 bilhões no 2T25, bem abaixo do consenso de mercado, de R$5 bilhões, revisando para baixo projeções do payout de proventos de 45% para 30%, de lucro líquido, e com aumento da inadimplência do agro como principal fator negativo.

“Hoje vai ser um pouco diferente, porque acho que esse momento exige de nós uma conversa mais direta com vocês, para ter mais tempo de conversar e tirar dúvidas”, comentou a CEO, ao iniciar a conferência com o mercado.

“Eu queria dizer a vocês o seguinte. Um resultado entre R$21 bi e R$25 bi (guidance para 2025), estamos trabalhando para isso, seria pelo menos o 4º ou 5º entre os melhores resultados do BB. É aquém da nossa expectativa, aquém da expectativa do mercado, a gente sabe disso. Mas é um resultado responsável, que mantém o balanço do banco robusto, mantém essa empresa sustentável para que adiante retome o crescimento de rentabilidade para patamares vistos em anos anteriores”, disse Medeiros.

AGRO PESA

Medeiros, que assumiu o BB no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atribuiu o aumento do custo de crédito do BB no trimestre à inadimplência do agronegócio e de micro e pequenas empresas, e antecipou que melhoras devem vir apenas a partir do 4T25.

“Nesse terceiro trimestre, ainda teremos um resultado mais estressado”, afirmou Medeiros, que qualificou 2025 como “um ano de ajuste” para o banco. “A partir de 2026, retomaremos o crescimento de nossa rentabilidade aos patamares observados em anos anteriores”.

“Nunca na história do BB tivemos esse nível de inadimplência no agronegócio. Nem nas previsões mais pessimistas víamos a inadimplência do agro nessa monta”, disse a CEO, na videoconferência. Ela citou que o banco tem 808 clientes no setor em recuperação judicial, somando R$5,4 bilhões.