São Paulo, 16/12/2024 – A Brava Energia colocou à venda alguns ativos onshore que pertenciam à antiga 3R Petroleum, mirando levantar recursos e simplifiar a estrutura, para focar nas operações mais rentáveis, disseram à Mover três fontes com conhecimento do assunto.
Nascida da incorporação da Enauta pela 3R Petroleum, a Brava tem campos marítimos, ou offshore, e terrestres, ou onshore, com as concessões de Complexo Potiguar e Complexo Recôncavo, que eram da 3R.
“Já têm negociações em andamento. Vão vender alguns ativos, sim, do legado da 3R Onshore, para dar uma focada no que precisa mesmo”, disse uma das fontes envolvidas, que pediu anonimato para falar sobre a potencial transação.
A expectativa da Brava é anunciar ao menos uma operação em breve, para conclusão da venda ainda no primeiro trimestre de 2025, ainda de acordo com a fonte.
Para colocar as concessões no mercado, a Brava está segregando alguns ativos e agrupando alguns polos, disse a fonte, sem entrar em detalhes. Uma segunda fonte disse que a empresa tem sinalizado intenção de otimizar o portfólio de ativos, para concentrando esforço “em um número menor de concessões, que representa a maior parte da produção”.
As concessões da Brava em terra, antes da 3R, foram adquiridas pela empresa por total de mais de quase US$2 bilhões. Elas incluem os polos Macau & Sanhaçu, comprados por US$197 milhões; Pescada; Rio Ventura, adquirido por US$94 milhões; Areia Branca, por US$72 milhões, Recôncavo, de US$250 milhões,Fazenda Belém, de US$35 milhões, e Potiguar, de US$1,38 bilhão.
As ações da Brava, que estrearam na bolsa em setembro, após a fusão 3R e Enauta, recuam cerca de 4% nos últimos três meses. Embora analistas de diversos bancos vejam grande potencial de longo prazo na empresa, as ações vêm sendo pressionadas por preocupações do mercado com a geração de caixa no curto prazo, disseram analistas do BTG Pactual em relatório na sexta-feira.
Os papéis também foram pressionados pela suspensão das operações do campo offshore Papa Terra, que a Brava esperava retomar ainda em dezembro, e por demora na obtenção de licença final da reguladora ANP para operação de um novo navio plataforma no campo de Atlanta.
“A Brava segue sendo uma história de ´ver para crer´”, disseram os analistas do BTG. Para eles, a empresa poderá ter bom desempenho após alcançar alguns marcos chave, como a retomada da operação dos campos Atlanta e Papa Terra, agora esperada para janeiro, e “a venda de certos ativos”.
Procurada, a Brava disse que não iria comentar.
Executivos da Brava já disseram em teleconferências com o mercado e entrevistas que um dos objetivos agora é otimizar o portfólio de ativos, mas não entraram em detalhes sobre quais campos poderiam eventualmente ser vendidos.
(LC | Edição: Gabriel Medina Comentários: equipemover@tc.com.br)