São Paulo, 25/11/2024 – As ações do Carrefour caem na sessão desta segunda-feira, em meio ao “boicote” de frigoríficos brasileiros no fornecimento de carnes para a rede de supermercados, após a declaração do CEO Global, Alexandre Bompard, dizendo que não compraria carnes dos países que compõem o Mercosul.
Por volta das 10h50 as ações ON do Carrefour recuavam 2,11%, cotadas a R$6,50; após tombarem mais de 4% na abertura do pregão. Na ponta oposta, papéis de empresas do mesmo setor, como GPA ON e Assaí ON avançavam 2,95% e 3,33%, respectivamente, liderando em altas percentuais do Ibovespa.
Embora a declaração de Bompard tenha feito referência às lojas francesas do Carrefour, o agronegócio brasileiro reagiu, com diversos frigoríficos interrompendo o fornecimento de carne à rede varejista no Brasil, que engloba os hipermercados Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.
Segundo notícias na mídia, a JBS, dona da marca Friboi, que responde por cerca de 80% das carnes vendidas no Carrefour, é uma das que interrompeu vendas ao grupo francês, assim como Marfrig e Masterboi.
No final da semana passada, Bompard afirmou em suas redes sociais que a o Carrefour assumiu o compromisso de não comercializar em suas lojas na França nenhuma carne proveniente de países que compõem o Mercosul.
Em carta endereçada ao presidente da organização francesa FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores), o executivo ainda disse que o projeto de acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul traz um risco de “inundação” no mercado francês, de uma carne que “não respeita as exigências e normas”.
Depois da repercussão das declarações, o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, defendeu publicamente o boicote ao Carrefour e disse estar ´feliz´ com a reação dos frigoríficos, segundo matéria no G1. O presidente da Câmara, Arthur Lira, também atacou a rede, e exigiu ´uma resposta clara´.
Em nota enviada à imprensa, o Carrefour Brasil afirmou que está em diálogo com fornecedores para retomar o abastecimento de carne nas lojas e disse que “lamenta a situação” reafirmando a confiança na agropecuária brasileira.