São Paulo, 05/11/2024 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu de reuniões nos últimos dias convencido da necessidade de um pacote de contenção de gastos, que deverá mirar até R$50 bilhões, na faixa superior das projeções do mercado, disse à Mover/Faria uma fonte próxima às conversas, ao relatar que, dentro do governo, a visão é de que o mercado exagera na pressão por rapidez no anúncio das medidas.
“Se começar a fazer contas, dá para chegar na casa dos R$50 bilhões, mas acho que não vão falar esse número. Vai ser nessa faixa (dos R$30 bilhões a R$50 bilhões)”, disse a fonte, que é próxima do Ministério da Fazenda e do Planalto, e pediu anonimato porque as conversas não são públicas.
“Não está tendo esse estresse todo em torno disso (dentro do governo). Foram reuniões boas, tranquilas. Mas uma coisa dessa dimensão requer agora um acabamento político, tanto para dentro do governo quanto para fora. É isso que está sendo feito agora, para não se noticiar algo que depois não se concretize. Então vai anunciar assim que estiver pronto”, acrescentou a fonte.
Para a fonte, é natural que partes do governo mostrem alguma oposição a medidas, mas o que estaria sendo discutido “não é nada radical”, e “não é corte”, mas contenção de despesas.
“O presidente Lula saiu convencido de que é preciso tomar algumas medidas de contenção de despesas. Não é tanto redução, é parametrização da evolução das despesas. Para que caibam dentro do arcabouço. Partes do governo não sei, mas o presidente foi muito claro. Do ponto de vista do centro do governo, está pacificado”. A fonte não soube dizer quando o anúncio será formalizado pelo governo.
Após reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros ministros ontem, Lula deve seguir em conversas hoje para alinhar um anúncio do pacote, ainda sem data prevista. O presidente não comentou o assunto nos últimos dias– em conversa com a imprensa ontem, limitou-se a falar sobre o Enem.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)