São Paulo, 5/3/2023 – A participação de 50% que a Vibra Energia detém na Comerc, empresa de geração renovável e comercialização de eletricidade, é um “tesouro” ainda não precificado pelo mercado financeiro, defendeu hoje o CEO da líder no mercado de combustíveis brasileiro, Ernesto Pousada.
A Comerc, na qual a Vibra comprou sua fatia em 2022, em uma operação fechada sob comando do então CEO Wilson Ferreira Jr., ex-Eletrobras, fechou o quarto trimestre de 2023 com EBITDA ajustado de R$257 milhões, ou cerca de R$1 bilhão no anualizado.
A Vibra tem uma opção de compra do restante da Comerc válida a partir de 2026, e não descarta exercê-la – talvez até antes. “Se ao longo do caminho houver uma oportunidade que seja interessante para ambos os lados, de uma antecipação, podemos vir a buscar essa antecipação. Mas o que temos na mesa hoje é um contrato que fala de 2026 a 2028”, disse Pousada, em teleconferência de resultados.
“Acho que é um tesouro dentro da Vibra, que está escondido. Os números da Comerc não se refletem nos múltiplos da Vibra”, afirmou o CEO, Ele defendeu que a Comerc tem “capacidades únicas”, com liderança em gestão de energia para grandes clientes e ´trading´, e deverá “cada vez mais se consolidar como uma das grandes avenidas de crescimento” da Vibra no futuro.
O investimento da Vibra na Comerc foi sempre elogiado por analistas como um movimento importante para posicionar a empresa para a transição energética, mas parte do mercado achava que o negócio acabou saindo caro e poderia acabar perdido na estratégia do grupo, segundo diversas fontes. Uma impressão que a Vibra tem tentado reverter com apresentações a investidores sobre o potencial da elétrica.
Pousada disse ainda que caso oportunidades inorgânicas de crescimento – como a compra da Comerc – não se materializem no curto prazo, a companhia pode pagar dividendos adicionais ou aprovar recompras de ações, dada a redução da alavancagem.
No cargo desde o início de 2023, Pousada comemorou os resultados do ano, e disse que eles colocam a companhia em um novo patamar. Ele também comentou que, após investimentos prévios, a Vibra está agora preparada para realizar importações de diesel da Rússia quando for competitivo, enquanto elevou também as cotas de compras da Petrobras.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários:equipemover@tc.com.br)