Por: Gabriel Ponte
São Paulo, 31/1/2024 – O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) manteve os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,50% nesta quarta-feira, em linha com o consenso dos investidores, ainda sem dar indícios de quando começará um esperado ciclo de cortes nas taxas, mas retirando de seu texto trecho que há algum tempo vinha fazendo alusão a possíveis novas altas de juros na economia americana.
Embora cerca de metade do mercado aposte em chances de leve queda de 25 pontos-base nos juros já na próxima reunião, em março, o FOMC não deu sinais nesse sentido no comunicado divulgado junto à decisão. O colegiado também apontou acreditar que “não espera ser apropriado” reduzir a taxa-alvo até que tenha ganhado maior confiança de que a inflação esteja avançando de forma sustentável em direção à meta perseguida, de 2,0%.
O comunicado anterior, de 13 de dezembro, estabelecia condições nas quais o FOMC consideraria “a extensão de qualquer aperto adicional” da política monetária – menção que acabou excluída na reunião desta quarta.
O colegiado também pontuou, no documento, que a inflação registrou alívio ao longo do ano passado, embora permaneça “elevada”. De acordo com o comunicado, as autoridades do FOMC seguem “altamente atentas” aos riscos inflacionários. Na leitura do comitê, a geração de postos de trabalho tem moderado desde o início de 2023, embora permaneça forte.
Também de acordo com o colegiado, os riscos para alcançar os objetivos de política monetária da autarquia – de emprego e inflação – “estão evoluindo para um melhor equilíbrio”. “Ao considerar quaisquer ajustes à taxa-alvo para as Fed Funds, o comitê avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspectivas e o equilíbrio dos riscos.”
Foi a quarta vez consecutiva que o Fed manteve os juros inalterados e a quinta desde o início deste ciclo de aperto monetário, em março de 2022. É também o mais longo ciclo de aperto desde 1980, quando o Fed fabricou uma recessão para controlar a inflação nos EUA. A taxa de juros encontra-se no maior nível desde 2001.
A decisão de hoje do FOMC foi “unânime”. O presidente do Fed, Jerome Powell, falará à imprensa às 16h30. Por volta das 16h05, as principais bolsas operavam em queda.
Os índices Dow Jones, Nasdaq 100 e S&P500 perdiam 0,13%, 1,13% e 0,87%, respectivamente. No mesmo horário, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois e dez anos recuavam 6,6 e 5,5 pontos-base, a 4,273% e 3,982%, na mesma ordem.
(GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)