Lula critica mercado livre de energia e fala em mudanças: 'povo pobre está pagando mais'

Lula disse que o setor tem "uma coisa estúpida", que é a energia vendida "para empresários" por valores mais competitivos que tarifas das distribuidoras

Agência Brasil
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Por: Luciano Costa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta sexta-feira duras críticas à legislação do setor elétrico, que permite que grandes consumidores, como indústrias, negociem preços e condições de seus contratos no chamado mercado livre de energia, e prometeu mudanças.

Durante evento com catadores de recicláveis, Lula disse que o setor tem “uma coisa estúpida”, que é a energia vendida “para empresários, sobretudo grandes empresários”, por valores mais competitivos que as tarifas das distribuidoras.

“É absurdo. E nós vamos dedicar este ano para tentar mudar. Eu convoquei uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética para a gente pensar. É que nessa nova fase de pagamento de energia, os empresários que estão no mercado livre pagam R$260 o megawaw-hora, e o povo pobre paga R$670”, disse ele.

Os comentários de Lula vêm justamente em um momento no qual grupos que atuam no mercado de energia vivem grande expectativa pela redução, em 2024, de exigências para se entrar nesse nicho, uma abertura de mercado para pequenas e médias empresas que deve movimentar os negócios.

Nesta semana, a Auren, da Votorantim Energia, anunciou parceria com a Vivo para atuação conjunta no mercado livre de energia, de olho justamente na migração de consumidores esperada a partir de 2024. 

“É preciso a gente construir uma discussão que envolva a sociedade brasileira, que envolva o Congresso, para que a gente possa reverter uma situação e não permitir que uma pessoa que tem uma geladeira, um rádio, cinco pontos de luz, um chuveiro, pague mais, proporcionalmente, que uma parte do empresariado”, afirmou.

O presidente disse que envolverá o Congresso Nacional nessa discussão. “É lógico, é importante fazer energia barata, para que possamos ter competitividade internacional, mas essa energia barata não pode ser paga pelo povo pobre, então estamos em um processo de discussão.

(LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários: equipemover@tc.com.br)