Yellen e China puxam bolsas asiáticas

Secretária do Tesouro americano viajará à Pequim entre os dias 6 e 9 de julho

Pixabay
Pixabay

Por: Felipe Corleta

As bolsas globais operam em alta na manhã de segunda-feira após a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, confirmar nesta quinta-feira uma visita à China, esfriando perspectivas de maiores atritos entre as duas maiores economias do mundo.

No exterior, a semana é carregada de indicadores econômicos importantes, como o relatório de emprego dos EUA, o Payroll, na sexta-feira e índices de gerentes de compras (PMIs) pelo mundo inteiro ao longo da semana. Nesta segunda-feira, o PMI industrial Caixin da China saiu em 50,5 pontos em junho, em desaceleração ante 50,9 de maio, mas ligeiramente acima do consenso de mercado, de 50,2 pontos. Ainda hoje, o investidor acompanha o resultado do PMI ISM nos Estados Unidos.

No Brasil, o investidor estará atento ao boletim Focus, em especial às expectativas de inflação, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) manter inalterado o patamar da meta de inflação em 3,0% e o Banco Central sinalizar o início do ciclo de cortes da Selic para agosto. As medianas das expectativas de inflação para 2025 e 2026 no último Focus estavam em 3,80% e 3,72%, respectivamente.

Ainda na agenda de indicadores, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) divulga às 15h00 a balança comercial de junho do Brasil, com consenso de um superávit de US$9,5 bilhões.

Na agenda política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode ter sua agenda interrompida nesta segunda-feira após a notícia do falecimento da sua mãe, Norma Theresa Haddad.

Do lado das commodities, o minério de ferro caiu 1,68%, a 819 iuanes (US$112,94) nas negociações em Dalian, na China, após a província de Tangshan, maior produtora de aço do país, ordenar cortes de produção na indústria siderúrgica com vistas a melhorar a qualidade do ar. O petróleo do tipo Brent subia 1,15%, negociando nas máximas em dez dias a US$76,27.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura.

⬆️⬇️ Perto das 07h00, o futuro dos índices S&P500 e Nasdaq 100 subiam 0,02% e 0,23%. O Dow Jones futuro recuava 0,18%.

⬆️ O Índice Stoxx Europe 600 subia 0,10%, com as ações de energia e utilidades liderando os ganhos. O índice alemão DAX subia 0,10% e o britânico FTSE100 operava estável.

⬆️ O dólar americano se valorizava ligeiramente ante a maioria das moedas observadas pela Mover. O Índice Dólar DXY subia 0,21%, a 103,13 pontos.

⬆️⬇️ Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operavam estáveis a 3,84% ao ano. A inversão da curva de juros, denominada pelo diferencial entre os rendimentos dos títulos de dois e dez anos, estava em 1,09%, maior patamar em mais de 50 anos.

⬆️ Na Ásia, as bolsas fecharam em alta, com otimismo acerca das relações bilaterais China-EUA. O índice HSI de Hong Kong saltou 2,06% e o Shanghai composto ganhou 1,31%. O índice Nikkei da bolsa de Tóquio ganhou 1,70%.

O Bitcoin avançou 0,29% nas últimas 24 horas, a US$30.610,00; o Ethereum se valoriza 2,00% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

⬇️ Bolsa: A dinâmica técnica do mercado aponta para continuidade do movimento de correção do Ibovespa. O quadro mais comprador na Ásia pode trazer algum alento a outros países emergentes e ajudar o Brasil. O Ibovespa à vista encontra suporte na média de 21 dias em 117.180 pontos e resistência nas máximas registradas na sexta-feira, em 119.447 pontos. Os ADRs de Petrobras e Vale sobem 1,30% e 0,60% no pré-mercado em NY.

⬇️ Câmbio: O dólar futuro pode abrir em baixa, com investidores atentos ao boletim Focus e aos dados de balança comercial.

⬇️ Os contratos de juros futuros na B3 devem seguir a direção do câmbio, de olho nas expectativas dos investidores para o tamanho do corte de juros que o BC realizará em agosto.

DESTAQUES

Um frenesi relacionado à Inteligência Artificial desencadeou o melhor primeiro semestre para o Nasdaq 100 na história, embora os operadores temam pela sustentabilidade deste rali. No acumulado dos primeiros seis meses do ano, o Nasdaq 100 subiu 38,75%, puxado por poucas empresas, como Apple, Microsoft, Amazon e Nvidia. (Agências)

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, viajará à Pequim entre os dias 6 e 9 de julho, três semanas após o secretário de Estado, Antony Blinken, visitar o país asiático, destacando os esforços do governo de Joe Biden em restaurar as linhas de comunicação entre os norte-americanos e suas contrapartes chinesas. (Agências)

A Tesla superou as estimativas de Wall Street e entregou 466.140 veículos no segundo trimestre deste ano, ante consenso estimado de 448.350. Os resultados, que foram divulgados no domingo, demonstram o efeito que a política de corte de preços aplicada pelo CEO da montadora, Elon Musk, produziu sobre o volume de veículos produzidos. (Agências)

O CEO da XP, Tiago Maffra, afirmou que o “pior já passou” para a companhia, frente a melhores perspectivas econômicas. Maffra citou, em entrevista, o declínio dos vértices da curva de juros como exemplo. Maffra e José Berenguer, responsável pelo banco da XP, também citam os esforços da corretora em segmentar os produtos ofertados, derivado de inspirações como a corretora americana Charles Schwab. (Financial Times).