Veja os principais destaques políticos que podem impactar os mercados

STJ tem julgamento bilionário envolvendo benefícios fiscais do ICMS

Unsplash
Unsplash

Por: Stéfanie Rigamonti

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) realiza hoje sessão para julgar processo que discute a exclusão de benefícios concedidos no âmbito do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – tributação estadual – da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) – tributações federais. O impacto de uma decisão favorável para o erário pode chegar a R$47 bilhões no ano que vem, segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024.

Esse é um assunto que está na mira do Ministério da Fazenda, que busca de todas as formas aumentar a arrecadação para controlar as contas públicas sem ter que cortar gastos. Sem citar esse plano desenhado no novo arcabouço fiscal, ontem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse durante audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que reduzir gastos é mais eficaz para conter a inflação do que o aumento de receitas. “Qualquer plano fiscal que mire mais corte de despesas tem maior impacto na inflação”, afirmou.

DESTAQUES DO DIA

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional disse que há argumentos técnicos e jurídicos no Judiciário para dar vitória à União no processo sobre os benefícios fiscais envolvendo o ICMS, separando o caso atual do de 2017, que acabou resultando em uma derrota para o governo federal. (Folha)

O presidente do BC voltou a dizer ontem à CAE do Senado que não há uma relação mecânica entre as políticas fiscais do governo e as decisões de juros do Comitê de Política Monetário (Copom) do BC. Mas Campos Neto disse que há relação direta entre o resultado primário das contas públicas e a taxa de juros. “Superávit reduz inflação futura”, afirmou. O governo tem planos, com o novo arcabouço fiscal, de gerar o déficit fiscal no ano que vem, e entregar superávit primário de 0,5% em 2025 e de 1,0% em 2026, aumentando a receita, em vez de cortar gastos. (Mover)

Também no Senado, Campos Neto disse que o crescimento sustentável do Brasil, com controle da inflação, não depende de uma “mágica” ou uma “bala de prata”, como o governo tem classificado a Reforma Tributária, mas de disciplina nas contas públicas. Se a gente não tiver as contas em dia, se não tiver uma perspectiva, a gente não consegue melhorar”, declarou. (Mover)

ECONOMIA

Em viagem à Espanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, durante coletiva de imprensa hoje, a criação de uma moeda comum no estilo do euro para a negociação entre países que fazem parte do BRICS. Lula também voltou a falar da guerra na Ucrânia, dizendo que condena a invasão, mas que agora não é hora de saber quem está certo ou errado, mas que é preciso encontrar uma solução de paz para o conflito. (Mover)

Sobre a política brasileira, o presidente voltou a dizer que o Brasil não vai mais vender nenhuma empresa pública durante o seu governo para pagar dívida pública, e disse que se for preciso fazer dívida para aumentar o patrimônio brasileiro, assim o fará. Sobre os bancos públicos, Lula disse que, nas gestões passadas eles pararam de emprestar para poder devolver dinheiro ao Tesouro. O petista então disse que essa lógica vai mudar, citando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste. (Mover)

O governo fechou um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), para evitar a derrota na votação do requerimento de urgência de uma proposta que suspenderia efeitos de um decreto editado mês passado, que alterou o Marco Legal do Saneamento, disseram duas fontes com conhecimento do assunto. (Scoop by Mover)

O governo federal e parlamentares têm feito um esforço grande para convencer representantes de todos os setores de que a Reforma Tributária é essencial para o crescimento do país e que o tema tem força para ser aprovado ainda neste semestre na Câmara dos Deputados. Esse otimismo que os políticos se esforçam para transmitir, contudo, esbarra no ceticismo de empresários. Durante um evento com representantes de indústrias de máquinas e equipamentos em São Paulo na segunda-feira, o clima era de dúvidas. “Há muitas perguntas ainda não respondidas. São muitas lacunas”, disse um executivo (Mover)

A organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) enviou uma carta ao governo Lula defendendo a volta do voto de qualidade em casos de empate nos julgamentos que acontecem no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo a OCDE, há uma participação muito grande de entes privados nas decisões de disputas tributárias entre empresas e União, o que não há nada parecido no mundo. Pelas regras atuais, após a extinção do voto de qualidade, em caso de empate nos julgamentos, a vitória é sempre do contribuinte. (Folha)

A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, foi mais uma voz, ainda que de forma moderada, a defender os apelos do governo pela redução da taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano. “Os juros não podem permanecer no patamar atual por muito tempo”, afirmou em sua primeira entrevista desde que assumiu o comando do BB. “Uma taxa de juros muito alta inibe a atividade econômica e desacelera a economia”, completou. (Valor)

ESTATAIS

O Banco do Brasil aumentou em 34% o desembolso de crédito para o segmento micro e pequenas empresas nos primeiros 100 dias do ano, incluindo capital de giro, recebíveis e investimentos. Em toda a carteira de empresas, incluindo o atacado, a alta foi de 14%, com R$ 48,9 bilhões liberados, disse a presidente do banco, Tatiana Medeiros. (Valor)

A Petrobras vai lançar ao mar hoje o navio-plataforma Anita Garibaldi, após concluir a fase de testes no Estaleiro Jurong, em Aracruz (ES), onde a unidade está atracada. É a segunda de um pacote de 18 chamadas FPSOs que a Petrobras pretende implantar nos próximos cinco anos. (Valor)

AGENDA

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem encontro marcado com o Rei Felipe VI, da Espanha, às 09h00.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará da 323ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração de Itaipu – CA.BR, a partir das 09h30.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa de reunião-almoço com a Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE), a partir das 12h00.