Veja os principais destaques políticos que podem impactar os mercados

Por: Stéfanie Rigamonti

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou ontem em Xangai, na China, da posse de Dilma Rousseff (PT) no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, instituição de fomento do Brics. Durante seu discurso, Lula disse que a falta de reformas efetivas nas instituições financeiras tradicionais mundiais limitam o volume e as modalidades de crédito.

Lula ainda falou da importância do banco dos Brics como uma instituição financeira formada sem a participação das economias mais desenvolvidas, o que lhe dá liberdade das “amarras” impostas pelos bancos tradicionais às economias emergentes. Segundo o presidente, isso possibilita, inclusive, financiamentos de projetos em moedas locais, sem o intermédio do dólar.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

O presidente Lula participou ontem dos primeiros eventos de sua viagem à China. Em Xangai, além de participar da posse de Dilma Rousseff como nova comandante do banco dos Brics, Lula também visitou o centro de pesquisa e desenvolvimento da Huawei e se encontrou com autoridades chinesas antes de embarcar para Pequim, onde se reunirá com o presidente chinês Xi Jinping. (Mover)

Em meio às críticas ao governo nas redes sociais com o anúncio de fim da isenção de imposto para importação de produtos de até US$50, o que coloca um cerco às varejistas asiáticas que utilizam o benefício de forma fraudulenta, segundo a Receita Federal, o Ministério da Fazenda soltou um novo comunicado sobre esse assunto. (Mover)

Ao contrário da nota da Receita na véspera, a Fazenda indicou ontem que esse benefício para pessoas físicas está mantido. “Esse benefício se aplica somente para envio de pessoa física para pessoa física. Se, com base nele, empresas estiverem fracionando as compras, e se fazendo passar por pessoas físicas, estão agindo ilegalmente”, informou a pasta. “O que o Ministério da Fazenda pretende fazer é reforçar a fiscalização”, diz outro trecho do comunicado. (Mover)

A nova nota foi enviada em meio à conclusão por parte do Palácio do Planalto de que houve um erro de comunicação na divulgação da medida que mira nos marketplaces asiáticos, como Shopee, Shein e AliExpress. O entendimento que se chegou é que iniciativas como essa, que possuem impacto em grande parcela da população, devem passar antes pelo Ministério da Secretária da Comunicação Social (Secom) antes de vir a público. A crítica não foi à medida em sim, mas à forma como se comunicou. (O Globo)

ECONOMIA

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, por meio do plenário virtual ontem à noite, o julgamento que diz respeito aos créditos relativos à incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos transferidos de um estado para outro. A decisão foi favorável para as varejistas, prevalecendo o voto do ministro Edson Fachin, que propôs que a decisão produza efeitos a partir deste ano para que os estados possam disciplinar essa transferência de créditos. (Arko Advice)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, minimizou o resultado do Índice Nacional de Preços Amplo (IPCA) de março, que veio abaixo do esperado por analistas. Durante evento promovido pela XP em Washington, nos Estados Unidos, fontes relataram que Campos Neto reconheceu que a inflação de março, de 0,71%, veio abaixo do esperado, mas fez questão de ressaltar que “trata-se apenas de um número”. Ele alertou que o esforço do BC de combater a inflação pode se comparar à ministração de antibiótico: se for interrompida antes da hora, só porque o paciente já se sente bem, os sintomas da doença vão voltar. (Mover)