Por: Stéfanie Rigamonti
Esta segunda-feira marca os primeiros 100 dias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que terá reunião ministerial de balanço, antes de sua viagem à China. O período costuma ser conhecido como lua de mel entre governo e sociedade, mas pesquisa recente do Datafolha mostrou a menor aprovação de Lula no início de governo, em relação aos seus mandatos anteriores.
A apresentação do novo marco para Parcerias Público-Privadas (PPPs) marcaria o evento de 100 primeiros dias de governo, mas o anúncio, que seria feito pelo Ministério da Fazenda, foi cancelado. Enquanto isso, o número 2 da pasta, o secretário-executivo Gabriel Galípolo, segue cumprindo agenda junto a investidores internacionais, em Nova York, nos Estados Unidos.
A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.
DESTAQUES DO DIA
O presidente Lula realiza às 10h00 reunião ministerial para fazer um balanço dos 100 primeiros dias do governo. Na semana passada, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse a jornalistas que o evento teria como foco o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento, mas o anúncio não consta na agenda de políticos da equipe econômica. A apresentação do novo marco da PPPs, que estava agendada para hoje às 14h00 pelo Ministério da Fazenda, foi cancelada e deve acontecer só depois da viagem de Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), à China. (Mover)
O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, segue em Nova York, onde participa ao longo do dia de eventos com investidores internacionais organizados pela Eurasia Group e pela XP Investimentos. (Mover)
O presidente Lula embarca amanhã para a China, onde se reunirá com o presidente chinês, Xi Jinping, após ter adiado a visita oficial ao país asiático devido a um diagnóstico de broncopneumonia. (Mover)
ECONOMIA
Apesar das duras críticas do presidente Lula à autonomia e ao presidente do Banco Central, além de indicar que quer mudar a meta de inflação, economistas e gestores de fundos avaliam os 100 primeiros dias de governo na área econômica como relativamente positivos. A antecipação de agosto para o fim de março para apresentação do novo arcabouço fiscal foi apontada como um importante avanço para endereçar a trajetória da dívida pública. Além disso, os planos do Ministério da Fazenda para estabilizar o endividamento do país são vistos como uma forma de permitir espaço para o início do corte de juros nos próximos meses, caso eles se concretizem. (Folha)
Com a volta do piso constitucional para despesas com saúde (15%) e com educação (18%), que sucedeu o fim do Teto de Gastos, a equipe econômica busca agora formas de controlar esses gastos, para que eles não cresçam em excesso e não comprometam outras despesas em um momento de aumento da arrecadação, conforme o previsto no novo arcabouço fiscal. Uma saída estudada é vincular essas despesas constitucionais com saúde e educação ao gasto por habitante. (Estado)
POLÍTICA
Na véspera de completar 100 dias de governo, Lula enviou um artigo ao Correio Braziliense, fazendo um balanço do início de sua gestão. Segundo o presidente, esses 100 dias foram marcados pela reconstrução do país e foram suficientes para reverter um quadro “estarrecedor” herdado de outros governos. Lula citou os programas sociais reativados, assim como ministérios que tinham sido eliminados. “Priorizamos o que era inadiável”, escreveu. Na área econômica, o presidente lembrou do novo marco fiscal apresentado, “realista e responsável, que mantém o equilíbrio das contas públicas e garante que os pobres estejam no orçamento”. O petista também citou reinvestimentos em obras paradas. (Mover)
Após relançar programas sociais com foco em seu eleitorado nos 100 primeiros dias de governo, agora o presidente Lula prepara medidas que miram na classe média, com o intuito de aquecer a economia e ampliar seu apoio entre um público que historicamente rejeita o PT. As iniciativas vão desde regras para baixar os juros do cartão de crédito até condições especiais para empréstimos bancários. (O Globo)
ESTATAIS
A maioria dos paulistas, ou 53% de toda população do estado de São Paulo, é contrária à privatização da Sabesp, mostrou pesquisa do Datafolha realizada entre os dias 3 e 5 de abril. O levantamento ouviu 1.806 pessoas presencialmente. A margem da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. (Folha)
Ainda assim, a taxa de apoio à privatização de empresas e serviços públicos é maior no estado de São Paulo do que no restante do Brasil, também de acordo com pesquisa do Datafolha. Do total dos paulistas, 42% são a favor da desestatização, enquanto 38% da população brasileira apoiam a transferência de estatais para o setor privado. Os contrários à privatização no estado de São Paulo somam 43%, ante 45% no recorte nacional. (Folha)
AGENDA
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, participará de evento com investidores internacionais organizado pela Eurasia Group, nos Estados Unidos, às 09h00.
O presidente Lula realizará reunião ministerial de balanço dos 100 primeiros dias de governo, às 10h00
Galípolo também estará presente em evento com investidores internacionais organizado pela XP Investimentos, nos Estados Unidos, a partir das 12h00.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem encontro marcado com o presidente do Banco do Nordeste (BNB), às 15h00.