Veja as principais notícias políticas que podem impactar o mercado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a meta de inflação não está na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional

Agência Brasil
Agência Brasil

Por Machado da Costa

Após forte ruído gerado pela ala política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tratou de colocar água na fervura e anunciar que a meta de inflação para 2023 não será tratada na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional, marcada para amanhã. O movimento acontece pouco depois de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fazer acenos precisos ao governo de que o pacote fiscal de Haddad terá efeito sobre a política monetária e que o governo Lula merece um voto de confiança.

A seguir, as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que a mudança na meta de inflação não contribui para a queda da taxa básica de juros em painel durante evento organizado pelo BTG Pactual, em São Paulo, mas disse que o mercado precisa ter um pouco mais de “boa vontade” com o governo brasileiro. (Mover)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a meta de inflação não está na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) desta semana, em meio a ruídos no mercado financeiro por temores sobre um possível aumento da meta. Formado por Haddad, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o CMN irá se reunir na quinta-feira após pesadas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados à taxa de juros. É responsabilidade do conselho fixar as metas de inflação a serem perseguidas pelo BC. (Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a Medida Provisória que lança o novo Minha Casa Minha Vida. O programa habitacional volta a focar na população de mais baixa renda com o chamado Faixa 1, que atenderá famílias com renda bruta de até R$2.640 – antes, o limite era de R$1.800. (Estadão)

O governo fechou um acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com grandes contribuintes para a manutenção do chamado voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), responsável por julgar em nível administrativo litígios tributários, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A Fazenda estima receber R$50 bilhões extraordinariamente por causa das mudanças das regras do Carf. (Reuters)

ECONOMIA

O governo federal bateu o martelo e elevará o salário mínimo para R$1.320. O patamar atual é de R$1.302. O aumento impactará as contas públicas em R$4,7 bilhões, de acordo com cálculos da MCM Consultores. O novo piso será anunciado em 1º de maio, no Dia do Trabalho. (Valor)

A proposta de Reforma Tributária a ser defendida pelo governo Lula visa manter a carga de impostos estável ante o Produto Interno Bruto, afirmou Bernard Appy, secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para o tema, nesta terça-feira. Ele ponderou, entretanto, que o impulso que a reforma deve oferecer ao PIB tende a elevar a arrecadação pública. A expectativa do governo é de aprovar a reforma ainda neste ano. (Mover)

A primeira versão do programa Desenrola, gestado no Ministério da Fazenda, mostra um alcance limitado sobre a população mais endividada. O fundo que será mantido pelo Tesouro deverá garantir apenas R$20 bilhões e é insuficiente para absorver todo o público-alvo. Lula ainda não aceitou a proposta e o formato do programa ainda está em discussão no Palácio do Planalto. (Estadão)

Analistas do Itaú BBA e do Rabobank preveem um crescimento das margens financeiras na produção de soja na safra 2023/2024. De acordo com as estimativas, o custo de produção deve cair, elevando a margem por hectare em 8%, alcançando em média R$4.159 por hectare. “É um retorno às médias históricas”, diz Guilherme Bellotti, gerente da Consultoria Agro, do Itaú BBA. (Valor)

POLÍTICA

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que planeja retornar ao Brasil em março para liderar a oposição política ao presidente Lula e se defender das acusações de que teria incitado os ataques às sedes dos Três Poderes no mês passado. (Wall Street Journal)

Enquanto não volta, os problemas que cercam o ex-presidente se avolumam. O Tribunal Superior Eleitoral decidiu manter a minuta de caráter antidemocrático encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres nos autos do processo que pode tornar Bolsonaro inelegível. O Tribunal, assim, referendou a tese de que o texto deve ser avaliado como parte de uma estratégia para desacreditar o sistema eleitoral. (Folha)

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, voltou a criticar a atuação de Roberto Campos Neto e afirmou que faltam muitas explicações a serem dadas pelo presidente do BC. Entre os pontos sensíveis, que Hoffmann cobra explanação, está o risco fiscal apontado pela autoridade monetária que justificaria o patamar atual da taxa Selic, de 13,75%, ao ano. O movimento demonstra que o PT não deverá diminuir a carga de críticas a Campos Neto. Na segunda, o partido definiu que irá convocar o presidente do BC para se explicar no Congresso. (Mover)

Partidos da base aliada de Lula travam uma batalha com o PL, maior bancada da Câmara, pelas principais comissões da Casa, reproduzindo o embate eleitoral entre o petista e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A Câmara tem 30 comissões e a definição deverá seguir um critério de proporcionalidade. O problema é que isso daria a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante, ao PL. Hoje, Arthur Lira tem reunião de líderes para tratar do assunto e diminuir o tom beligerante de alguns deputados. O encontro não tem horário definido, mas deverá ocorrer por volta do meio-dia. (Estadão)

AGENDA

-O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa do CEO Conference 2023, organizado pelo banco BTG Pactual. (09h15)

-O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa da Sessão Solene destinada a comemorar os 130 anos do Tribunal de Contas da União, em Brasília, sem previsão de discurso. (10h00)

-O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia alusiva à visita à frente de trabalho para duplicação da BR-101, no Sergipe. (11h00)

-O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do CEO Conference 2023, organizado pelo banco BTG Pactual. (11h45)