Por Stéfanie Rigamonti e Simone Kafruni
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse nesta quarta-feira, a jornalistas em Brasília, que, como acionista majoritária, a União irá “o tempo todo” intervir em como “está sendo construída tanto a política de preços quanto a política de investimentos” da Petrobras.
Silveira subiu o tom no discurso nesta tarde, após falas do ministro pela manhã, durante entrevista à GloboNews, derrubarem as ações da companhia. Mais cedo, ele disse que a estatal já foi orientada a discutir sua política de reajuste de combustíveis e que essa mudança deve levar à redução no preço do diesel entre R$0,22 e R$ 0,25.
No início da tarde, após a entrevista de Silveira, a Petrobras enviou um comunicado ao mercado reafirmando compromisso com a prática de preços competitivos e informou que não recebeu nenhuma proposta do Ministério de Minas e Energia de mudança na política de reajuste de combustíveis. Após a divulgação do comunicado, as ações da estatal viraram e passaram a subir.
O ministro afirmou que respeita a governança da Petrobras, e que qualquer mudança que for propor ocorrerá de forma legal, dentro das regras da estatal.
Assim como fez mais cedo, Silveira voltou a criticar o Preço de Paridade de Importação (PPI) da petroleira, que baseia os reajustes dos combustíveis conforme a cotação do dólar e do barril do petróleo Brent no mercado internacional.
“Ficar completamente vinculado a um preço internacional, isso não faz sentido no nosso governo, que tem como prioridade atender todo o povo brasileiro, principalmente o povo que precisa do poder público”, declarou.
Silveira afirmou que não é possível que o “cartel da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] esmague o poder de compra dos brasileiros”. A fala fez referência a uma medida recente da organização, que surpreendeu ao anunciar corte de até 1,6 milhão de barris por dia, o que fez os preços da commodity a saltarem no exterior.
O ministro reafirmou que a Petrobras será uma das indutoras do crescimento do Brasil, “ajudando a combater os solavancos inflacionários”.
Silveira defendeu ainda a continuidade das explorações petrolíferas na costa brasileira para utilizar os recursos para melhorar as condições sociais no país.