Por: Luciano Costa
A Vale (VALE3) está avançando em negociações parapagar uma reparação definitiva pelo desastre de Mariana, discutindo primeiro o formato de um acordo com autoridades, para depois entrar na questão do valor, disseram executivos hoje, durante o Vale Day, em Londres.
Órgãos públicos federais e estaduais que participam das conversas sugeriram à mineradora, à BHP e à Samarco uma cifra de R$126 bilhões, ou US$25 bilhões, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo na sexta-feira, segundo a qual as empresas teriam sinalizado que aceitariam até R$42 bilhões.
“Tem que ser um acordo que funcione para todo mundo”, disse o diretor financeiro da Vale, Gustavo Pimenta. “Tem que ser um número que possamos apoiar e defender para nossos acionistas”, afirmou, ao responder pergunta de um analista.
A Vale tem US$3 bilhões provisionados para o potencial acordo, o que junto com provisões de BHP e Samarco alcançaria R$32,3 bilhões, e um acerto acima disso exigiria recursos adicionais, segundo relatório recente do Bank of America.
“Acreditamos que o que temos provisionado é um bom número, mas seguimos construtivos nas negociações, porque uma solução é bom para todo mundo”, disse Pimenta, sem citar números.
EXPANSÂO
A Vale divulgou hoje aos investidores plano de elevar a produção de minério de ferro dos 315 milhões de toneladas de 2023 para 310-320 milhões em 2024 e 340-360 milhões em 2026, com expansão prevista também em metais básicos.
“Estamos construindo dez projetos na companhia. Tudo mais constante, eles devem trazer US$4 bilhões em EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) incremental à medida que entrarem em operação”, disse Pimenta.
O CEO, Eduardo Bartolomeo, disse que, após vender ativos não essenciais, sua gestão trouxe a Vale “para o tamanho que ela deve ter”. Bartolomeo também disse estar “mais otimista do que nunca com o futuro”.
(LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários: equipemover@tc.com.br)