Por Patrícia Vilas Boas
A montadora Tesla, de propriedade do bilionário Elon Musk, liderou com folga as vendas de veículos leves nos Estados Unidos na comparação de 2021 com 2022, mostrou um levantamento do periódico especializado americano Automotive News.
Na análise, que desconsidera montadoras americanas que venderam menos de 10 mil unidades em qualquer um dos últimos dois anos, a Tesla teve um crescimento de vendas de 44%, enquanto a General Motors segue em segundo lugar com alta de 3%.
Do lado negativo, todas as demais 12 montadoras registraram recuo nas vendas de veículos leves, com a BMW e a Hyundai e Kia com a menor queda, de 1%, enquanto a Honda despencou 33%.
Fora dos EUA, no entanto, algumas concorrentes chinesas têm ameaçado a liderança do bilionário, com a BYD ultrapassando a Tesla em vendas de veículos elétricos no ano passado na região da Ásia-Pacífico, segundo uma análise da Reuters.
De acordo com a agência, a Tesla teve que reduzir os preços de seus modelos mais vendidos para impedir o crescimento de competidores chineses, incluindo BYD, Zeekr, da Geely Automobile e Nio.
Na Europa, a alemã Volkswagen lidera as vendas de VEs desde 2020 e não vai ceder o lugar facilmente para Tesla, além de mirar o consumidor norte-americano.
Em entrevista à CNN, o presidente-executivo do Grupo Volkswagen da América, Scott Keogh, disse que a empresa pretende investir US$ 7 bilhões no avanço de pesquisas para desenvolvimento e fabricação na América do Norte nos próximos cinco anos.
“As pessoas não compram veículos elétricos porque querem se sentir bem ou porque querem ajudar a sociedade, a maioria só quer comprar um carro legal. Acho que Elon Musk fez isso e executou, e você tem que admirar isso. Estamos pegando esse fator de “carro legal” e ampliando-o, à maneira da Volkswagen”, disse o CEO.
Nesta semana, a companhia de Musk assinou um contrato com a australiana Magnis Energy para venda de grafite. A matéria-prima é usada na produção de baterias comumente usadas em carros elétricos.
A Tesla planejava montar baterias na Alemanha, mas decidiu manter a produção nos EUA após o anúncio de benefícios fiscais do governo Biden, que vai estimular a produção doméstica de veículos elétricos com incentivos de até US$ 7,5 mil por unidade.