Por: Luciano Costa
A oferta subsequente de ações de R$400 milhões anunciada ontem pela Aeris, com papéis a R$0,84 cada e garantia de firme colocação pelo BTG Pactual, aumenta a liquidez e deixa a empresa preparada para um ciclo de demanda mais fraca esperado à frente, disse o diretor de Relações com Investidores, Bruno Lolli.
A Aeris pretende usar os recursos do “follow on” para quitar dívidas, reduzindo a alavancagem para menos de 2 vezes, de 3 vezes no fim do terceiro trimestre, e matendo posição confortável de caixa ao longo desse período mais desafidor, segundo o executivo.
Em meio a um cenário de preços baixos de energia que tem travado novos projetos no Brasil, o país deverá instalar cerca de 2 gigawatts a menos em parques eólicos em 2024, após um recorde de 5GW projetado para 2023, disse o diretor-presidente, Alexandre Negrão.
Apesar dessa retração de curto prazo e “incertezas” sobre 2025 e 2026, a Aeris segue confiante no potencial de médio e longo prazo da energia eólica, projetando que intalações nas Américas podem passar dos atuais 15 GW/ano para 30GW nos próximos cinco anos.
“Vendemos cerca de 4GW para esse mercado de 15GW. Se for para um mercado de 30GW nas Américas, a Aeris para manter o ‘marketshare’ vai ter que dobrar de tamanho nesses cinco anos. Essa é a perspectiva, a demanda é alta para eólica”, afirmou Negrão.
Diante do ciclo de baixa de curto prazo, porém, a Aeris aposta em elevar a participação de serviços em suas receitas, de 5% atuais para dois dígitos em 2024, com persperctiva de diversificar ainda mais negócios em seu próximo plano estratégico, segundo o CEO.
– Sobre planos para uma potencial fábrica nos Estados Unidos, Negrão disse aguardar mais visibilidade sobre a velocidade de expansão do mercado, que depende da conclusão da regulamentação de incentivos do Inflation Reduction Act, prevista para este ano.