Por: Stéfanie Rigamonti
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), elogiou a indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, dizendo que ele representará a voz do Brasil dentro da autarquia.
Antes de audiência no Senado Federal, Tebet disse a jornalistas que Galípolo tem um amplo diálogo tanto com a classe política quanto com o Banco Central, ressaltando o bom relacionamento dele com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ela indicou também que a presença do atual secretário na autarquia permitirá ampliar os parâmetros do colegiado na hora de decidir juros.
“Ele tem tudo para ser a voz do Brasil no Banco Central. Uma voz não divergente, mas uma voz lúcida, trazendo elementos novos, para um debate que tem que ter uma visão real do Brasil”, afirmou. “O Brasil hoje está empobrecido. Tem déficit fiscal sim, mas tem, muito maior que isso, um déficit social muito grande com a sociedade brasileira”, completou.
Tebet ainda corroborou outras falas de ministros e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com relação ao patamar da taxa Selic. A emedebista afirmou que todas as expectativas apontam para um quadro de melhora da situação macroeconômica, e repetiu que os preços altos no Brasil não representam uma inflação de demanda.
“Então, diante de todo esse cenário, é importante fazer uma reflexão da visão monetária não só à luz da visão fiscal, harmonizando como diz o ministro da Fazenda, mas também à luz da visão socioeconômica do país”, declarou.
A ministra comentou as discussões sobre a proposta de novo arcabouço fiscal e afirmou que o relator da matéria, deputado Claudio Cajado, tem sido “generoso” com o governo. “Nós estamos discutindo em diversas mãos. Tudo o que ele tem apresentado como sugestão tem passado pelo corpo técnico tanto do Ministério da Fazenda como do Planejamento.”
Tebet disse que a questão do piso de enfermagem e dos repasses a estatais não dependentes fora do limite de gastos é um ponto de divergência até mesmo dentro da equipe econômica. Portanto, avaliou que o governo respeitará a decisão do Congresso, desde que for preservado o que é considerada a espinha dorsal da proposta de marco fiscal.