Sócios do 3G Capital estão dispostos a aportar R$7 bi nas Americanas; bancos credores acham pouco

Além disso, a varejista espera conseguir mais R$5 bilhões com a venda de ativos

Agência Brasil
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Por Bruna Narcizo

Os sócios do 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, Alex Behring e Roberto Thompson Motta, estariam dispostos a fazer um aporte de cerca US$300 milhões cada um na Americanas, o que totalizaria cerca de R$7,8 bilhões na cotação atual do dólar, disse ao Scoop uma fonte com conhecimento do assunto. Outra fonte, esta mais próxima da 3G Capital, afirmou que a varejista espera conseguir mais R$5 bilhões com a venda de ativos.

Segundo uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato, o montante de R$7,8 bilhões seria uma espécie de “limite” imposto pelos cinco investidores de referência da varejista, que entrou com um pedido de recuperação judicial de R$43 bilhões em janeiro.

No início do mês, o Scoop noticiou que Hortifruti e Uni.Co, duas empresas controladas pela Americanas, estariam à venda, assim como a Rede Vem Conveniência, sociedade da varejista com a Vibra Energia. A fonte informou que esses seriam os ativos que valeriam os R$5 bilhões.

Os valores somados na tentativa de evitar a quebra da empresa estariam abaixo dos R$15 bilhões esperado pelos bancos, maiores credores da Americanas.

Procurados, o 3G Capital e a Americanas ainda não retornaram os pedidos de comentários do Scoop.

Bancos

Em reunião presencial na manhã desta quinta-feira, além da proposta de capitalização apresentada, foi reivindicado que os bancos convertessem em ações e em dívidas subordinadas cerca de R$18 bilhões da dívida total da Americanas, segundo apuração do jornal Valor Econômico. Esse montante corresponderia a grande parte da dívida bancária da varejista, de acordo com a lista de credores anexada ao processo de recuperação judicial da empresa.

Dívidas subordinadas são as últimas em ordem de prioridade em um eventual processo de insolvência, segundo fontes, disse o Valor.

Alguns executivos dos bancos consideraram a proposta “péssima” e “frustrante”, informou o Valor.

*Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 12h07, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.