Por Sheyla Santos
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), afirmou, nesta segunda-feira, que o relatório do arcabouço fiscal será debatido ainda hoje com líderes partidários e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Segundo Lira, o texto deverá sofrer ajustes para cumprimento da meta fiscal, sem esquecer da responsabilidade social, tema que é caro ao governo.
“O relatório deverá prever enforcements no caso de não-cumprimento da meta”, disse em entrevista ao canal de TV Band News.
Sem citar o nome de algum ministro em especial, Lira criticou a articulação política centralizadora do governo Lula e a polarização entre direita e esquerda no país.
“Eu não seria irresponsável, como presidente da Câmara, de romper relações com o governo”, disse. “O governo precisa de três movimentos: descentralizar, confiar e delegar”, enumerou.
Lira destacou que é preciso entender que o Brasil elegeu um Congresso conservador e liberal, um presidente de esquerda, e disse que “em algum momento” o governo deverá entender a importância de focar em pontos convergentes para construir apoio político. “O governo vai, em algum momento, entender que se focar no que nos une vai construir uma base de apoio para aprovar as suas matérias”.
Lira disse ainda que tem discutido com os setores político, produtivo e financeiro sobre a reforma tributária e destacou que, politicamente, a pauta já reúne apoio nas regiões sul e sudeste.
Sobre a viagem que realizou na semana passada, a convite do Grupo Lide, o presidente da Câmara disse que ao mesmo tempo em que percebe um anseio por parte de investidores estrangeiros em relação ao Brasil, também há uma preocupação em relação à insegurança jurídica do país.