Por: Fabricio Julião
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira que a reforma tributária pode ser levada à Câmara dos Deputados para votação ainda neste primeiro semestre. O avanço na agenda tributária é um desejo antigo do ministro, que busca dar andamento às negociações.
Segundo Haddad, é preciso avançar nas “reformas necessárias” para o avanço da economia brasileira. “Sabemos da necessidade de fazer as reformas para nosso sistema ser mais sólido”, afirmou o ministro, que ressaltou não poder reclamar de desarmonia entre os poderes nestes primeiros meses de governo.
Haddad fez o discurso durante o High-level Seminar, promovido pelo Banco Central do Brasil, em São Paulo. O evento contará ainda com a participação do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e de outros banqueiros centrais e autoridades mundiais.
O político do PT também disse que a Fazenda e o Banco Central estão buscando uma relação cordial, enquanto fez referência indireta à dosagem da taxa básica de juros Selic, hoje em 13,75% ao ano, em evento organizado pelo BC em São Paulo.
“Você não pode tomar duas cartelas do antibiótico, tem que tomar a medida certa para que a economia consiga se ajustar do ponto de vista macroeconômico, e garantir as condições de crescimento sustentável, para avançar do ponto de vista social, fiscal e ambiental”, declarou o ministro, sem citar diretamente a taxa Selic.
Haddad ressaltou que “discutir política monetária não é afrontar a autoridade monetária”, além de enfatizar ser a primeira vez que um governo eleito tem que lidar com um Banco Central autônomo, incorporado em outra gestão.
O ministro disse ainda que o Ministério da Fazenda e o Banco Central brasileiro estão procurando conversar “de modo cordial” para que as duas autoridades consigam entregar bons resultados para levar à queda da inflação e ao crescimento da economia do país.