Por: Luciano Costa
A Raízen (RAIZ4), associação entre o grupo de infraestrutura Cosan (CSAN3) e a petroleira britânica Shell, projeta que as margens em suas operações de combustíveis devem seguir melhorando, enquanto a demanda por sua produção de etanol de segunda geração (E2G) já é maior que a oferta.
O momento para o chamado etanol 2G produzido pela Raízen tem sido tão bom que idealmente a companhia gostaria até de acelerar os bilionários investimentos previstos nos próximos anos, mas segura o movimento devido à “disciplina de capital”, disse nesta terça-feira o CEO, Ricardo Mussa.
“Tem bastante coisa no nosso prato, é muita construção ao mesmo tempo, então temos que tomar cuidado com o risco, o balanço da companhia precisaria aguentar um investimento maior. Mas hoje temos mais demanda do que a gente consegue atender”, afirmou, em coletiva de imprensa.
“Esse é um negócio com boas margens, bons preços, e bom futuro, com contratos de longo prazo. A vontade é sempre fazer mais, mas temos que ter o pé no chão”, acrescentou.
No momento, a Raízen acaba de inaugurar sua segunda planta de E2G, com seis outras em diferentes fases de desenvolvimento. Cada unidade demanda investimentos de cerca de R$1,2 bilhão.
Mussa também comentou que a Raízen avaliará atrair parceiros ou desinvestir de alguns ativos, de forma a concluir o ano-safra com fluxo de caixa livre positivo.
“Não vamos nos desfazer ou trazer sócio em nada que seja estratégico para a Raízen, como o etanol 2G, estamos olhando em outros negócios”, disse Mussa à imprensa.
Mais cedo, em teleconferência com analistas, Mussa disse avaliar que o mercado de combustíveis “está indo para um nível diferente de margens”, comojá foi sinalizado pelo balanço do terceiro trimestre da empresa.
“Haverá uma flutuação, uma volatilidade das margens, pela estratégia da Petrobras, mas vejo margens mais saudáveis à frente”, afirmou.
(LC | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)