Por Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em queda, perdendo o patamar dos 104 mil pontos, pressionado pelas ações da Vale e Petrobras. Investidores seguiam repercutindo o novo arcabouço fiscal enviado ontem ao Congresso. A aversão ao risco e o mau humor no exterior dominaram os mercados.
O Ibovespa fechou em queda de 2,12%, aos 103.912 pontos, próximo da mínima do dia. A sessão foi marcada por um volume de negociação de R$18,5 bilhões, considerado mediano.
As ON da Vale caíram 2,92% e desidrataram o índice em mais de 520 pontos. Os papéis foram penalizados devido à frustração de investidores com a prévia operacional do primeiro trimestre da mineradora, divulgada ontem à noite.
As ON e PN da Petrobras recuaram 3,19% e 3,21%, respectivamente, seguindo a queda de mais de 2% dos contratos futuros do petróleo Brent ao longo da sessão.
A nova regra fiscal se mantém como um ponto de dúvida para o mercado. Economistas disseram à Mover que a falta de penalidade em casos de descumprimento das metas traz incertezas sobre a efetividade e previsibilidade do arcabouço. Investidores também consideram “ambiciosos” os alvos de arrecadação para estabilizar a dívida ao fim do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O pessimismo no mercado doméstico ocorreu em sintonia com o exterior, com receios de apertos monetários globais prolongados por um período maior de tempo após a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) de março no Reino Unido e na Zona do Euro, que vieram acima das expectativas do mercado.
As ON da Magazine Luiza e da Via despencaram 8,19% e 6,74%, respectivamente. Segundo o head de renda variável da AVG Capital, Apolo Duarte, a alta na curva de juros, tanto nos vértices mais curtos quanto nos mais longos, prejudica bastante as empresas do setor de Varejo. Os índices Imobiliário e de Consumo caíram 3,14% e 2,82%, respectivamente.
Em um dia negativo para o mercado acionário em geral, apenas oito dos 88 ativos que compõem o Ibovespa avançaram, entre eles as ON da Sabesp e da Embraer e as units da Klabin, que valorizaram 1,16%, 0,83% e 0,53%, na mesma ordem.