Por Bruno Andrade
A Justiça Federal no Paraná concedeu permissão ao Ministério Público Federal de apagar os arquivos das planilhas que possuíam informações sobre supostas propinas da Odebrecht, mostra reportagem divulgada pelo UOL nesta quinta-feira (18). As planilhas continham informações sobre diversos políticos, inclusive sobre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na justificativa para destruir equipamentos que continham as provas, o MPF afirmou que “o material estava ocioso e que ocupava expressiva capacidade de armazenamento em hardware”.
A destruição da planilhas aconteceram entre 19 e 20 de maio de 2022. Segundo o documento, a eliminação ocorreu com o uso de uma furadeira de bancada, que destruiu cada um dos 7 HDs de 8 TB cada.
A reportagem do UOL afirma que os arquivos de ficavam sobre a tutela de um órgão paralelo da Odebrecht em servidor na Suíça antes de caírem nas mãos da justiça. Os documentos foram entregues pela Odebrecht à justiça em um acordo de leniência em 2017.
Lula já teve acesso aos documentos
Em 2019, a defesa de Lula conseguiu acesso aos documentos por autorização do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. A investigação de Lula concluiu que os documentos poderiam ter sofrido alguma alteração.
O perito da PF Roberto Brunori Júnior entregou os documentos à defesa do atual presidente da República. Ele declarou que o material esteve sob a tutela da Odebrecht por muito tempo, e sugeriu adulteração. A “Odebrecht recebeu os arquivos da Autoridade Suíça e ela abriu isso, e mexeu nisso, durante muito tempo isso ficou lá”,
Em 2020, a equipe do petista enviou a 13ª Vara Federal de Curitiba que os documentos foram manipulados pela Odebrecht.