Por Bruno Andrade
“A nova política de dividendos da Petrobras (PETR4) ficou muito acima das nossas expectativas”, disseram analistas do Itaú BBA em relatório enviado ao mercado nesta segunda-feira (31).
A nova política vai reduzir o pagamento de dividendos de 60% para 45% do fluxo de caixa livre da empresa, mas os especialistas do Itaú BBA comentaram que a estatal vai pagar dividendos e recompra de ações acima da média dos pares.
“Esperamos um dividendo yield de 3,6% para o segundo trimestre de 2023, enquanto outras empresas do setor, como Shell, Repsol e Total possuem um dividendo yield entre 2,6% e 1,4%”, explicam Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello, que assinam o relatório.
Mesmo sendo positivo, o anúncio não foi suficiente para o Itaú BBA mudar sua recomendação para o papel da Petrobras para compra. O banco cortou a recomendação do ativo em agosto do ano passado, e desde então não subiu a classificação. Um dos motivos para essa recomendação é o risco político, que pode fazer o ativo sofrer no médio prazo.
Para piorar a situação, o banco acredita que a ação pode cair até o final do ano. Greco e sua equipe calculam um preço-alvo de R$ 27 para o final de 2023, o que significa uma queda de 9,27% na comparação com o fechamento de sexta-feira (28).
Já o time da XP lembrou que o consenso do mercado era de que a Petrobras distribuiria 40% do caixa livre, porém, destacou a falta de detalhes sobre as possíveis recompras de ações que farão parte da política. Além disso, a sinalização sobre fusões e aquisições também pode ser percebida como negativa.
“É difícil dizer se foi melhor ou pior que o esperado”, resumiram os analistas da XP em relatório, projetando uma reação neutra dos investidores.
Por fim, o Goldman Sachs calculou que, com a nova política, a Petrobras deve anunciar dividendos de US$2,7 bilhões junto com os resultados do segundo trimestre. Segundo o banco americano, os proventos poderiam somar US$12,7 bilhões neste ano e US$8,5 bilhões em 2024, com dividend yield de 15% e 10%, respectivamente.
“Como referência, vemos pares europeus com uma média de dividendos mais recompras levando a um yield de 10% em 2024, assumindo o Brent a US$$80 por barril, similar ao que a Petrobras pode oferecer com a nova política”, escreveu o banco em relatório.
(Com informações da Agência TC Mover)