Petrobras (PETR4) deve ver recuo no lucro com menor produção, queda no petróleo e combustível mais barato

Balanço do 2T23 será apresentado nesta quinta (3)

Unsplash
Unsplash

Por Luciano Costa

A Petrobras (PETR4) deve mostrar queda nos ganhos, receita e resultados operacionais no segundo trimestre, devido à menor produção e ao recuo nos preços do petróleo, além da venda de combustíveis por preços mais defasados em relação ao mercado internacional que no passado, segundo projeções de analistas compiladas pela Mover.

O lucro líquido da maior petroleira da América Latina entre abril e junho é estimado em R$29,24 bilhões, segundo o TC Consenso, calculado com números de seis bancos de investimento. O valor representaria retração de 23,5% frente aos três meses anteriores, e de 46% na comparação com um ano atrás.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da Petrobras, ou EBITDA, está estimado em R$61,65 bilhões, de acordo com o TC Consenso, com retração de 17% ante o primeiro trimestre e de quase 40% em base anual, após a companhia ter registrado números de EBITDA entre os melhores de sua história nesses períodos.

“Esperamos números mais fracos para o trimestre, devido principalmente a preços mais baixos de petróleo e menores margens de refino”, escreveu o time do Itaú BBA em relatório.

A equipe do Banco Inter avaliou os números projetados para a Petrobras como “ainda excelentes, apesar da forte queda dos níveis recordes de 2022”. O desempenho foi afetado pela queda na produção de óleo e gás, que teve recuo de 2% frente ao trimestre anterior e de 1% na comparação anual.

O Santander Investment & Corporate projetou que o balanço da estatal deve ser “sólido”, apesar de diversos contratempos, que incluíram a menor produção e até um imposto temporário sobre exportações, e destacou que mesmo os resultados do segmento de refino devem manter margens “robustas”, apesar da maior defasagem nos preços domésticos da gasolina e do diesel.

O Goldman Sachs estimou que a área de refino e comercialização da Petrobras deve gerar EBITDA de R$10,15 bilhões, com recuo de 18% frente ao trimestre anterior e de quase 50% na comparação anual, devido às maiores defasagens dos preços da gasolina e diesel em relação à chamada paridade de importação nesses três meses.

A receita da companhia deve ficar em R$117,5 bilhões, com queda trimestral de 15% e anual de 31%, aproximadamente, ainda segundo o TC Consenso.

A Petrobras deve anunciar também o pagamento de dividendos ainda polpudos, embora abaixo dos níveis de trimestres anteriores, após ter divulgado nova política de remuneração ao acionista. O Goldman estimou que a epresa pode anunciar distribuição de US$2,7 bilhões em proventos junto com os resultados, ou quase R$13 bilhões, com total no ano de US$12,7 bilhões, o equivalente a um rendimento com dividendos de 15%.

A Petrobras irá reportar seus resultados na próxima quinta-feira, 3 de agosto, após o fechamento dos mercados brasileiros.