Por: Luciano Costa
A Petrobras (PETR3) informou nesta segunda-feira a assinatura de carta de intenções com a norueguesa Equinor para ampliar cooperação entre as empresas em energia eólica no mar, ou offshore, prevendo avaliação conjunta de sete projetos na costa brasileira que poderiam ter até 14,5 gigawatts em capacidade. Segundo o presidente da estatal, os projetos podem custar US$70 bilhões e levar 6 anos para começar produção.
O anúncio vem em momento em que o principal executivo da estatal brasileira, Jean Paul Prates, nomeado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem prometido colocar a companhia na rota da chamada transição energética, com investimentos em fontes renováveis incluindo parques eólicos marítimos.
A Petrobras e a Equinor haviam selado uma primeira parceria em 2018, de olho em potenciais projetos eólicos offshore. Agora, a cooperação foi ampliada, e além dos projetos Aracatu I e Aracatu II, na fronteira entre Rio de Janeiro e Espírito Santo, passa a contemplar também outros potenciais parques.
As companhias também avaliarão em conjunto a viabilidade dos parques eólicos Mangara, na costa do Piauí, e Ibicatu, no Ceará, além de Colibrio, entre Ceará e Rio Grande do Norte, e Atobá e Ibituassi, no Rio Grande do Sul.
No total, a parceria entre Petrobras e Equinor passa a contemplar agora sete projetos, e tem prazo de vigência até 2028, acrescentou a companhia, em comunicado ao mercado.
“Vale destacar, porém, que a fase é de estudos e a alocação de investimentos depende de análises aprofundadas para avaliar sua viabilidade, além de avanços regulatórios que permitirão os processos de autorização para as atividades, a ser feita pela União”, disse Prates, em nota.
“Vamos juntar nossa capacidade de inovação tecnológica offshore, reconhecida mundialmente, e a nossa experiência no mercado de geração de energia elétrica brasileiro com o expertise da Equinor em projetos de eólica offshore em vários países”, acrescentou o executivo.
O Brasil possui quase 25 gigawatts em usinas eólicas conhecidas como onshore, em terra, de um total de 103 megawatts instalados no país, consideradas todas as fontes de geração. Mas a costa brasileira ainda não tem com nenhuma eólica offshore, e ainda não há regulamentação totalmente aprovada para projetos como esses.
Além de Petrobras e Equinor, outras companhias têm se movimentado de olho no potencial do Brasil para usinas no mar. A francesa Total e a Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, líder global no setor, também estão desenvolvendo projetos eólicos offshore para futuro investimento no país.