Veja os principais destaques políticos que podem impactar os mercados

Haddad conversa com a Faria Lima após apresentar novo arcabouço fiscal

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Por: Stéfanie Rigamonti

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem uma agenda extensa nesta sexta-feira em São Paulo, que inclui reuniões com economistas de gestoras e bancos, um dia após a pasta apresentar as novas regras fiscais propostas pelo governo.

Ontem, a divulgação do marco fiscal trouxe leituras divergentes por agentes de mercado, com questionamentos sobre as projeções de superávit e dúvidas sobre o controle de gastos, mas ainda assim fez acenos para uma responsabilidade fiscal pelo governo, o que foi bem recebido pelos investidores e se refletiu no desempenho da Bolsa na última quinta-feira.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

A proposta do Ministério da Fazenda para o arcabouço fiscal estabelece um compromisso de crescimento das despesas alinhado à trajetória de resultado primário até 2026, com meta e banda de variação tolerável. (Mover)

O governo propõe dois cenários. No mais otimista, pretende zerar o déficit fiscal ao fim de 2024, e atingir superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto em 2025, e de 1% em 2026. Em um segundo cenário pessimista, ainda haveria déficit fiscal em 2024 e superávit primário de 0,25% do PIB em 2025 e de 0,75% em 2026. O texto propõe um limite de crescimento de despesa de 70% em relação ao crescimento da receita primária dos últimos 12 meses. (Mover)

Mas se os esforços do governo de aumento de receitas e redução de despesas resultarem em um primário abaixo da banda, haverá uma obrigação de redução do crescimento de despesas para 50% do crescimento da receita no exercício seguinte. (Mover)

Durante a apresentação das novas regras, o ministro Fernando Haddad ressaltou o mecanismo anticíclico do arcabouço fiscal, que prevê crescimento real da despesa primária entre 0,6% a 2,5% ao ano. Com isso, segundo Haddad, é possível formar um colchão nos períodos de “boom” da economia, com o crescimento de despesa de 2,5%,para que possa ser usado em períodos ruins, de baixo crescimento e menos gastos públicos. “Ou fazemos isso, ou vamos continuar padecendo a cada ciclo, cada solavanco da economia”, afirmou, ao criticar o Teto de Gastos, que não continha instrumentos anticíclicos. (Mover)

A ideia de promover estratégia anticíclica foi bem recebida pelo mercado. Segundo economistas consultados pela Mover, o novo arcabouço fiscal ajudará a limitar os gastos públicos e terá influência direta na redução das expectativas inflacionárias, mas faltam detalhes sobre os meios para zerar o déficit primário e chegar em um superávit que estabilize a dívida pública até 2026. (Mover)

ECONOMIA

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou ontem, em entrevista coletiva de apresentação do novo arcabouço fiscal , que o novo texto é sustentável e crível, justamente por ser flexível. “Temos responsabilidade fiscal de cuidar das contas públicas, mas atender o social”, disse. “Vamos fazer dupla checagem, mas pelo que vimos a regra fiscal é crível porque tem flexibilidade, tem bandas, e permite ajustes para atingir meta”, completou. (Mover)

Depois da coletiva, Tebet disse a jornalistas que as próximas atas sobre decisão da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central devem vir mais harmoniosas com a apresentação das regras fiscais. A ministra disse, contudo, que não há uma relação umbilical entre o arcabouço e as decisões de juros, já que a última ata do Copom mostrou que há também questões macroeconômicas globais relacionadas à política monetária local. (Mover)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ontem que a autoridade monetária ainda não conseguiu analisar os termos do arcabouço fiscal apresentado pelo Ministério da Fazenda, mas reconheceu a preocupação da pasta com a trajetória da dívida pública. Campos também disse ter um “bom relacionamento” com a Fazenda, e que tem “bastante convicção” de que Haddad está “muito bem intencionado”. (Mover)

O Banco Central deve continuar perseguindo a meta de inflação e mantendo sua postura de manutenção dos juros em 13,75% prolongada, diante de um cenário de pressões inflacionárias ainda fortes e de economia resiliente, segundo o superintendente do Santander, Mauricio Oreng. O especialista disse que trabalha com a hipótese de queda de 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de novembro e de 0,50 p.p. na posterior, em dezembro, fazendo com que a Selic encerre 2023 no patamar de 12,50% ao ano. (Mover)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), disse ontem que o relator do arcabouço fiscal deve ser um congressista do seu próprio partido, o Progressistas, embora tenha dito que isso ainda não foi acertado. O parlamentar afirmou ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), explicou, durante reunião no Senado, que falta fazer alguns ajustes no texto das novas regras fiscais, mas que a proposta é um bom começo. (Mover)

POLÍTICA

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) disse que foi recusada na Casa Alta a proposta de Lira de que as comissões mistas, formadas para análise das Medidas Provisórias, sejam compostas numa proporção de três deputados para cada senador. Segundo Pacheco, as comissões mistas começaram as ser instaladas na semana que vem. (Folha)

Os partidos Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC criaram formalmente ontem um bloco na Câmara, com 142 do total de 513 deputados, o que representa um racha no Centrão e um desafio ao poder do presidente da Casa, Arthur Lira. (Folha)

ESTATAIS

A nova diretoria executiva da Petrobras foi empossada ontem, com Clarice Coppetti na diretoria de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade; Sergio Caetano Leite na diretoria financeira e de Relacionamento com Investidores; Joelson Mendes na diretoria de E&P; Carlos Travassos em Desenvolvimento da Produção; Claudio Schlosser em Comercialização e Logística; William França da Silva no Refino e Gás Natural; e Carlos Barreto em Transformação Digital e Inovação. (Mover)

AGENDA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem encontro com o presidente do Santander Brasil e representantes de gestoras, às 09h00.

Haddad se reúne com o presidente da Anbima, Carlos André, às 10h00

Depois, Haddad tem encontro com o presidente da Enel Distribuição São Paulo, Max Xavier, às 11h00

À tarde, Haddad se reúne com o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, às 14h00.

Em nova rodada com o mercado financeiro, o ministro da Fazenda tem encontro com o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, e de outras gestoras, às 16h00.

Por fim, o ministro tem encontro com o presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, às 17h00.