Por Gabriel Ponte
As principais bolsas americanas encerraram a sessão desta quarta-feira (5) em ligeira queda, repercutindo a ata da decisão de juros de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que mostrou uma divisão entre participantes na discussão sobre o aperto monetário nos Estados Unidos.
O Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 recuaram 0,38%, 0,20% e 0,03%, respectivamente. Ao fim da tarde, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos ganhavam 3,8 pontos-base, a 4,947%, e os de dez anos, 7,2 pbs, a 3,932%.
A ata do FOMC apontou que alguns membros do Federal Reserve defenderam a elevação do juro em 0,25 ponto percentual na reunião do mês passado, justificando que o mercado de trabalho americano segue “apertado” e que a inflação no país não mostra trajetória clara de recuo em direção à meta perseguida de 2,0%.
A maioria dos membros, no entanto, defendeu a manutenção dos juros no intervalo entre 5,0% e 5,25% como forma de ganhar tempo para avaliar os efeitos das dez altas consecutivas aplicadas desde março de 2022 – o que acabou se concretizando. A ata confirmou que a maioria dos membros acha apropriado aumentar os juros ainda mais neste ano, em linha com o indicado pelo presidente Jerome Powell, há três semanas.
Perto das 17h00, investidores projetavam 88,7% de chances de alta de 0,25 ponto percentual dos juros na reunião do FOMC deste mês. As apostas de manutenção estavam em 11,3%, de acordo com derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME).
Amanhã, investidores acompanharão a divulgação dos relatórios mensais de empregos ADP e Jolts, além dos pedidos semanais de seguro-desemprego no país. Na sexta-feira, será a vez do Departamento de Trabalho americano divulgar o relatório formal de empregos – conhecido como Payroll – peça central para a decisão de juros.
Mais cedo hoje, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, membro votante do FOMC neste ano, afirmou não estar contente com o atual nível de preços da economia americana.