Nem rico, nem pobre: Bancos digitais se destacam na classe C

Levantamento do Google mostra visão panorâmica do setor financeiro

Unsplash
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Por Erick Matheus Nery

Os bancos digitais seguem ganhando cada vez mais espaço na vida das pessoas, mas essa “revolução” está focada na classe C. De acordo um estudo do Google divulgado nesta terça (15), é nessa faixa financeira que as fintechs se destacam. Já nas classes A, B, D e E, os bancões seguem sendo os preferidos.

O mapeamento mostra que os grandes bancos têm maiores chances de serem escolhidos por consumidores das classes A e B. Já os integrantes das classes D e E contam com uma relação mais próxima com bancos tradicionais, em especial, a Caixa Econômica Federal, devido aos benefícios sociais disponibilizados pelo Governo Federal.

Além disso, o levantamento mostra que os brasileiros têm contas em cerca de quatro bancos diferentes, mas consideram apenas dois como principais. Porém, os bancarizados conhecem, em média, 20 bancos e já tiveram algum tipo de relacionamento com pelo menos sete deles.

“Hoje temos quase 190 milhões de brasileiros bancarizados, número que cresceu de forma acelerada durante a pandemia por conta do auxílio emergencial. O grande desafio das instituições financeiras, sejam elas grandes bancos ou nativas digitais, é conquistar o consumidor que já é cliente de outra marca e se tornar o seu banco principal”, afirma Mônica de Carvalho, diretora de negócios do Google Brasil.

Banco principal X instituição secundária

Os dados do estudo mostram que os motivos que levam os brasileiros a considerar um banco como “principal” incluem:

  • frequência de transações (apontada por 77% dos entrevistados);
  • recebimento de salário (58%);
  • oferta de crédito (49%); e
  • concentração de seus investimentos (44%).

No caso do segundo banco de escolha, a concentração de investimentos foi o segundo fator mais apontado (34%), atrás apenas de frequência de transações (37%) e ficando à frente de oferta de crédito (33%) e recebimento de salário (30%).

“Se manter como o banco principal do consumidor exige um trabalho contínuo para convencer o consumidor sobre as vantagens que ele terá ao fazer isso. Os bancos não devem achar que o jogo está ganho, pois a chance de uma troca é grande”, comenta Vitor Zenaide, líder de insights para finanças do Google Brasil.

O estudo também aponta que mais da metade dos entrevistados (57%) considera trocar a marca do seu banco principal, sendo que 17% afirmaram que há “muitas chances” de mudarem sua escolha atual. A maior predisposição de mudança está nas pessoas de classe A (65%), das regiões Sudeste e Centro-Oeste (59%) e que possuem entre 25 e 34 anos (59%).

A análise destaca que o maior gatilho para eleger um banco como principal é a experiência digital, ou seja, quando o consumidor tem acesso a um aplicativo e site que são fáceis de usar e permitem fazer todas as movimentações pela internet. Em seguida, aparecem os fatores a seguir na respectiva ordem: segurança, preço das tarifas bancárias e conveniência.

O estudo foi encomendado pela gigante de tecnologia aos institutos Quantas e Liga Pesquisa e entrevistou 2,5 mil brasileiros bancarizados entre abril e maio deste ano.