Por Reuters
Uma moeda comum para os Brics não estará na agenda da reunião de cúpula do bloco marcada para a África do Sul em agosto, mas Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul continuarão a se afastar do dólar norte-americano, disse um, graduado diplomata sul-africano na quarta-feira.
“Nunca se falou em uma moeda dos Brics, isso não está na agenda”, disse Anil Sooklal, embaixador geral da África do Sul para os Brics e a Ásia em uma coletiva de imprensa.
“O que dissemos e continuamos a aprofundar é o comércio em moedas locais e a liquidação em moedas locais.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, estão entre os líderes dos Brics que defenderam a ideia de uma moeda comum, já que o bloco pretende desafiar o domínio ocidental das finanças globais em meio às sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia no ano passado.
Isso fez com que os países buscassem alternativas ao dólar, especialmente entre países que não são aliados dos Estados Unidos.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores da Índia disse no início deste mês que as moedas continuariam a ser “uma questão nacional por muito tempo”, enquanto o presidente do banco central da África do Sul apontou que uma moeda comum exige uma união bancária, uma união fiscal e convergência macroeconômica.
“Os Brics iniciaram um processo que foi acelerado como resultado do conflito, como resultado de sanções unilaterais”, disse Sooklal. “Os dias de um mundo centrado no dólar acabaram, isso é uma realidade. Hoje temos um sistema de comércio global multipolar.”