Minério de ferro tem novo baixa na China e pode pressionar Vale (VALE3)

Saiba o que pode influenciar o pregão desta quarta-feira (21)

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Por: Patricia Lara

O mercado aguarda a decisão do Comitê de Política Monetária com a expectativa de que a taxa Selic será mantida em 13,75%, mas virá acompanhada de sinais da autoridade monetária de que os cortes poderão começar em breve.

Ao longo da sessão, a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em depoimento ao Congresso americano é potencial motor para os ativos e inibe os futuros de Nova York, enquanto as bolsas europeias operam mistas.

O Copom anuncia sua decisão após o fechamento da sessão e o foco se voltará para o comunicado. O mercado espera a eliminação da frase usada anteriormente quando o Copom enfatizou que, “apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já afirmou que o movimento de mercado, observado nos vértices longos da curva de juros, concedia espaço para atuação da autarquia em sua política monetária. “Significa que o mercado dá credibilidade ao que tem sido feito, abrindo espaço para uma atuação adiante.”

A decisão de hoje será a última antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 29, quando haverá discussão sobre a meta de inflação para 2026. E o encontro ocorre em meio à tramitação no Senado do texto do arcabouço fiscal. A votação do texto foi incluída na pauta da sessão desta quarta-feira, mas ainda depende do aval da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O texto tem apoio de 32 senadores, ante os 41 necessários para ser aprovado, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.

No exterior, a espera pela fala de Powell, prevista para começar às 11h00, gera cautela. Powell poderá esclarecer, aos investidores, as perspectivas para a política monetária no segundo semestre deste ano, após afirmar, na semana anterior, que os membros do Fed preveem altas adicionais dos juros contra uma inflação persistentemente alta.

Além das oscilações limitadas nas bolsas, o juro projetado nos títulos do Tesouro americano tem leve alta. O Índice Dólar, que mede a variação da moeda ante principais pares, subia, rondando os 102,60 pontos.

Nas commodities, o contrato futuro do minério de ferro para setembro prolongou a queda com os investidores avaliando até que ponto a China pode oferecer medidas adicionais de suporte para a economia. A produção de aço na China deve cair ainda mais para se alinhar com a fraqueza no setor imobiliário, disse a ANZ Research em seu relatório de perspectiva trimestral. O contrato do mineral fechou em baixa de 1%, a 797,50 iuanes por tonelada, ou US$110,86 por tonelada, na Bolsa chinesa de Dalian. Já o contrato do petróleo Brent para agosto oscilava perto da estabilidade.

A agenda de indicadores não traz destaques no Brasil e nos EUA.

Na esfera política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que o arcabouço está praticamente aprovado. “Se houver alguma alteração no Senado, a Câmara tem o compromisso de tratar disso na primeira hora”, disse Haddad em entrevista. O ministro embarca para a França nesta quarta-feira para integrar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já está na Europa. Haddad participará do Summit For a New Global Financing Pact, evento promovido pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, os futuros dos índices Dow Jones, do S&P500 e Nasdaq 100 tinham queda de 0,02%, 0,01% e 0,04%, respectivamente. Ontem, o S&P500 caiu 0,47% na volta do feriado, interrompendo cinco avanços semanais consecutivos, na maior sequência desde novembro de 2021, enquanto o Nasdaq Composite também cedeu 0,16%, em ajuste após completar oito altas semanais, melhor desempenho desde março de 2019.

O índice Stoxx Europe 600 operava estável , com as ações de mineradoras entre as que adicionavam pressão de baixa. O índice FTSE 100, da bolsa de Londres, subia 0,08% e o DAX, da bolsa de Frankfurt, ganhava 0,18%.

O Índice Dólar DXY subia 0,09%, a 102,62 pontos.

O índice VIX, que mede a volatilidade implícita para as opções do índice S&P500, operava em queda de 0,72%, a 13,77 pontos.

Entre os títulos de renda fixa, o juro dos títulos de 10 anos dos EUA subia 1,1 ponto-base, a 3,738%. A taxa dos gilts,os títulos britânicos de 10 anos, avançava 6,2 pontos-base, a 4,398%, após dados da inflação acima do esperado ampliar a expectativa de alta da taxa básica de juros pelo Banco da Inglaterra amanhã.

Na Ásia, as bolsas fecharam com desempenhos divergentes. O Índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, caiu 1,98% e o Xangai Composto perdeu 1,31%. O Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou com variação positiva de 0,56% e o Kospi, da Bolsa de Seul, recuou 0,86%.

O Bitcoin subia 2,48% nas últimas 24 horas, a US$29.072; o Ethereum ganhava 1,20% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

O índice EWZ, que replica as ações brasileiras no exterior, rondava a estabilidade no pré-mercado de NY, após o Ibovespa

O dólar futuro deve ficar volátil acompanhando a fala de Powell nos ativos e em ajuste pré-Copom.

Os contratos de juros futuros na B3 terminam o ajuste para a decisão do Copom após queda das taxas curtas ontem e alta nos trechos longos da curva.

DESTAQUES

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Vanderlan Cardoso (PSD), adiou, nesta terça-feira, a votação do parecer do relator do arcabouço fiscal, Omar Aziz (PSD), para a sessão de hoje, às 8h30, porque o líder da oposição, Rogério Marinho (PL), pediu vista do relatório. (Mover)

O Goldman Sachs espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) adote no comunicado de decisão de juros desta quarta-feira uma orientação futura mais neutra e dependente de dados, reconhecendo o progresso brasileiro no combate à inflação e provavelmente melhorando o equilíbrio de riscos do país. (Mover)

O UBS BB elevou as projeções de lucro e o preço-alvo da XP Inc., citando que a empresa de investimentos tem se beneficiado da melhora do ambiente macroeconômico e da recente contração significativa da curva de juros futuros no Brasil. O preço-alvo para a ação, que é negociada na bolsa americana Nasdaq, foi elevado de US$21 para US$28, com a manutenção da recomendação de compra. (Mover)

Apesar de ter sinalizado investimentos em transição energética e energias renováveis, a Petrobras não deu nenhum passo na redução da exploração de combustíveis fósseis – ao contrário, ainda briga pelo direito de extrair petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. Para o fundador e gestor da FAMA Investimentos, Fabio Alperowitch, do ponto de vista ambiental, social e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês), a companhia não é um ativo “investível”. (Mover)

A inflação do Reino Unido permaneceu estagnada em 8,7% em maio, no comparativo anual, muito pior do que as expectativas de uma desaceleração para 8,4%. O dado reforçaá as expectativas de aumentos das taxas de juros do Banco da Inglaterra. O mercado de swap precifica 55% de chance de um aumento de 0,25 ponto percentual, de 4,5% para 4,75%. A chance é de 45% de uma alta de 0,50 pp. (Financial Times)

As ações dos EUA estão superando suas contrapartes internacionais mais uma vez. O S&P 500 subiu 14% este ano, superando um avanço de 8,5% do MSCI All Country World ex USA Index, que acompanha ações de mercados desenvolvidos e emergentes. Os investidores também estão ampliando alocações em fundos de ações dos EUA. (The Wall Street Journal)

O fundo Empírica Lótus IPCA suspendeu resgates, após uma onda de pedidos que reduziu o patrimônio de R$1,5 bilhão no fim do ano passado para R$1 bilhão agora. Novas solicitações de saques que teriam que ser honradas, e que agora tiveram a liquidação suspensa, somam mais R$300 milhões. O comunicado da suspensão, decidida pela gestora Empírica, foi feito pelo BTG Pactual, administrador do fundo. (Valor)

O Goldman Sachs elevou a recomendação das ações da Petrobras de ‘neutra’ para ‘compra’, e ajustou o preço alvo das ações preferenciais da estatal para R$41,00. (Mover)