Ibovespa sobe com B3 e dados de inflação americana em linha com consenso

No mercado doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad apresentará o desenho do novo arcabouço fiscal ao vice-presidente Geraldo Alckmin

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Por: Giovanni Porfírio e Patrícia Lara

O Índice Bovespa opera em alta na manhã desta terça-feira, impulsionado pelas ações ordinárias de B3 (B3SA3), e com os dados de inflação norte-americana em linha com consenso, além de redução do estresse após o impacto dos bancos Silicon Valley Bank e Signature Bank. No mercado doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) apresentará o desenho do novo arcabouço fiscal ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Perto das 11h10, o Ibovespa subia 0,86%, a 104.024 pontos. Em pontos, as ações ordinárias de B3 hidratam o índice em mais de 100 pontos, seguidas pelos papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), que colocam cerca de 112 pontos no índice.

No lado oposto, as ações de Natura (NTCO3)despencavam 17,83%, a R$12,20, após a fabricante de cosméticos reportar prejuízo líquido de R$890,4 milhões no quarto trimestre, revertendo lucro de R$695,5 milhões registrado um ano antes, ainda pressionada pelas operações da Avon International e The Body Shop. Em comunicado, a empresa disse que espera “mais um ano desafiador”.

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de fevereiro nos EUA desacelerou para 0,4%, em linha com o consenso. O núcleo do indicador, que exclui preços de itens voláteis como energia e alimentos e é mais observado pelo mercado no cálculo das expectativas de inflação, avançou para 0,5% em fevereiro, acima dos 0,4% registrados em janeiro e do consenso de analistas, que esperavam 0,4% de alta.

Aqui no Brasil, o primeiro compromisso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na agenda desta terça-feira será a apresentação do desenho do novo arcabouço fiscal ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), conforme já tinha adiantado que o faria ontem. 

Na véspera, tanto Haddad quanto Alckmin defenderam que há espaço para corte da taxa básica de juros Selic na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária do Banco Central.

Os juros futuros sobem nesta terça-feira no Brasil, em linha com as taxas externas, após a divulgação de dados sem surpresa relevante na inflação ao consumidor americano de fevereiro. O mercado acionário em Nova York abriu em alta e em rota de estabilização, após o estresse provocado pelo do colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank.

Perto das 10h31, a taxa do contrato de DI com vencimento para 2025 subia 4,5 pontos base, a 12,21%, abaixo da máxima intradiária de 12,26%, após ter cedido 21 pontos-base ontem. O vencimento para Jan/31 subia 4 pontos-base, a 13,09%, após recuo de 22 pontos-base na segunda-feira. O contrato de dólar futuro caía 0,34% na B3, enquanto o Índice DXY, cesta que mede o desempenho da moeda americana ante divisas pares, operava perto da estabilidade, após três quedas consecutivas.

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de fevereiro nos EUA desacelerou para 0,4%, confirmando o consenso, após aumento de 0,5% no mês anterior. O núcleo do indicador, que exclui preços de itens voláteis como energia e alimentos e é mais observado pelo mercado no cálculo das expectativas de inflação, avançou para 0,5% em fevereiro, acima dos 0,4% registrados em janeiro e do consenso de analistas, que esperavam 0,4% de alta.

“As métricas mais tradicionais avaliadas pelo mercado, que são o CPI cheio e o núcleo, vieram em linha, mas a composição como um todo ainda gera um ponto de interrogação”, disse o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. O economista ressaltou à Mover, no entanto, que desde o colapso do banco SVB na última sexta-feira o CPI perdeu a validade e que considerar este indicador “é como olhar para o retrovisor”.

No sistema bancário americano, os sinais são de alívio do estresse , após a quebra de dois bancos desde a última sexta-feira. Perto das 10h30, o S&P 500 subia 1,42%, a 3.911 pontos. As ações do First Republic Bank subiam 60%, após caírem cerca de 62% ontem antes de terem a negociação suspensa.

Com o alívio no estresse, as apostas pela manutenção da taxa básica nos EUA diminuíram de 21% para 17% dos contratos de derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange. A expectativa de aumento de 0,25 ponto porcentual nas Fed Funds no encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) da semana que vem estava em 82,7%, ante 65% ontem.

Também por volta das 10h30, a taxa do título do Tesouro dos EUA de um ano acelerava alta a 28 pontos-base, a 4,561%; e a de dez anos reduzia alta a 1,9 ponto-base, a 3,592.

(Colaboração: Fabricio Julião)