Lula volta a atacar privatização da Eletrobras e diz que seu governo não venderá empresa pública

O presidente também voltou a atacar o patamar elevado da taxa básica de juros

Agência Brasil
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Por: Stéfanie Rigamonti

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a privatização da Eletrobras nesta segunda-feira, durante fórum empresarial em Portugal, e reiterou que, em seu governo, nenhuma empresa pública será vendida.

“No Brasil, nos últimos seis anos, se vendeu muito patrimônio público, não para construir outro patrimônio, ou para construir outro ativo. Se vendeu patrimônio para simplesmente pagar juros da dívida pública”, declarou Lula. “Ou seja, nós nos desfizemos do nosso patrimônio, nosso patrimônio ficou menor, e a qualidade do serviço não melhorou”, completou.

A empresários em Portugal, Lula disse que a maior empresa de energia do Brasil, em referência à Eletrobras, foi desestatizada e a primeira coisa que se fez na companhia privatizada foi aumentar o salário da diretoria de R$60 mil por mês para R$360 mil, segundo o presidente.

As falas ocorreram em um contexto no qual Lula estava criticando o que classificou como retrocessos do que ocorreu nos últimos anos no Brasil, durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). “Nós voltamos a governar para tentar recuperar este país”, afirmou.

O presidente também voltou a atacar o patamar elevado da taxa básica de juros, dizendo que, com a Selic a 13,75%, “ninguém toma dinheiro emprestado”. Lula argumentou que, como país capitalista, o Brasil precisa de dinheiro para circular, e os juros elevados impedem isso de acontecer.

“O dinheiro precisa circular não apenas na mão de poucos, mas na mão de todos. É por isso que digo sempre: a solução do Brasil é a gente voltar a colocar o pobre no orçamento”, afirmou.

“Porque quando eles virarem consumidor, eles vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar mais emprego. E quando o comércio vender, vai comprar mais produtos na fábrica. Não precisa importar da China, pode comprar produtos produzidos no Brasil”, declarou.