Por Reuters
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, disse nesta segunda-feira (19) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir a situação do Ministério do Turismo, pasta que ocupa o centro das negociações por apoio do União Brasil ao governo, quando retornar de viagem internacional.
Ocupado atualmente pela ministra Daniela Carneiro, o comando da pasta tem sido pedido pelo União Brasil, após a ministra sinalizar que pretende se desfiliar do partido. Integrantes da legenda entendem que ela faz parte da cota pessoal de Lula e não representa a sigla, que defende o deputado Celso Sabino (UB-PA) para o posto.
“Depois da viagem”, disse Pimenta à BandNews TV, questionado quando seria definido o imbroglio envolvendo o ministério. “Não existe um manual, não existe uma regra. A política é a arte do diálogo, das circunstâncias e das possibilidades. O presidente Lula tem dialogado”, explicou o ministro da Secretaria de Comunicação, acrescentando que o presidente já conversou tanto com Daniela quanto com Sabino, além de também já ter colhido as impressões de líderes no Congresso.
“Na volta dele da viagem, esses diálogos têm que continuar acontecendo, coordenados pelo ministro (Alexandre) Padilha (das Relações Institucionais)”, afirmou Pimenta.
O presidente embarca nesta segunda para viagem internacional que inclui a Itália e a França, e deve passar a semana fora.
Daniela Carneiro chegou ao cargo de ministra do Turismo como integrante do UB, mas, principalmente, pela atuação de seu marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro (Republicanos), que apoiou Lula na eleição do ano passado.
De acordo com uma fonte, a ideia inicial era que o Republicanos apadrinhasse a indicação de Daniela, mesmo ela estando no UB, mas o partido desistiu de fazer parte do governo Lula. Ao ameaçar deixar o União, e sem o apoio do Republicanos, Daniela ficou sem padrinho no governo e o União deixou de entregar votos no Congresso esperados pelo Planalto.
O União tem três ministérios — Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional –, mas vem argumentando que a maneira escolhida por Lula para garantir seu apoio não foi a ideal. Após críticas e pressões de partidos — principalmente do centrão — o governo faz ajustes na articulação com o Congresso diante da necessidade de aprovar ainda neste semestre duas matérias prioritárias: o novo marco fiscal e a reforma tributária.