Por Erick Matheus Nery
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está enfrentando uma série de denúncias e críticas nos últimos dias. Segundo um parlamentar próximo do político ouvido pelo Faria Lima Journal (FLJ), Lira culpa o Partido dos Trabalhadores (PT) por essa onda negativa.
A relação entre Lira e o PT começou a ruir quando o partido apoiou o fim do Orçamento Secreto, um dos mais poderosos instrumentos políticos do Legislativo de forma geral – as emendas de relator eram, em particular, um grande trunfo na manga dos presidentes da Câmara e do Senado.
Em maio, a Câmara rejeitou as mudanças que Lula fez no novo marco do saneamento básico. No mês seguinte, a “revanche” plantada pelo “DNA petista”, segundo a fonte ouvida pelo FLJ, foi uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo na qual foi revelado que o presidente da Câmara indicou R$33 milhões do orçamento secreto para kits de robótica.
Nos últimos dias, o deputado alagoano sofreu uma tempestade negativa: na quinta (22), em entrevista ao ICL Notícias, sua ex-mulher o acusou de estupro.
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Além disso, no domingo, a revista Piauí revelou que a Polícia Federal apreendeu documentos em que o nome “Arthur” aparece como destinatário de R$265 mil. Segundo as anotações, essa quantia teria sido utilizada em gastos como hotéis, carros e restaurantes. Essa descoberta da PF foi feita dentro da Operação Hefesto, que investiga fraude em licitação e o desvio de R$8 milhões na compra dos kits de robótica adquiridos com o orçamento secreto, no início da crise.
Desafetos políticos, como o senador Renan Calheiros (MDB-AL), aproveitam o caos para tripudiar do rival. “O rei Arthur está nú”, escreveu o senador a respeito do deputado no Twitter.
Até o momento, a suposta estratégia petista de desidratar os poderes de Lira parece estar dando certo, já que o nome do presidente da Câmara está entre os assuntos políticos mais comentados do país no Twitter, com críticas e cobranças feitas pelos usuários da rede social.
Seja qual for a solução dessa disputa, parlamentares tidos como “equilibrados” veem um horizonte turbulento com denúncias crescentes e mais graves dos dois lados.
