Juros fecham em alta à espera de Copom e eleição no Congresso

O consenso é que o Copom vai manter a Selic em 13,75%; Pacheco é o favorito ao Congresso

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Por: Clara Guimarães

Os contratos futuros de juros encerraram em alta, em dia de grandes eventos no cenário político e econômico. Investidores operaram sob a expectativa pela decisão de juros no Brasil e reagiram à oitava elevação da taxa nos Estados Unidos. No campo político, as atenções se voltam para a eleição dos presidentes do Senado e da Câmara de Deputados aqui.

O consenso no mercado é de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil vai manter a Selic em 13,75%, mas adotar tom mais duro sobre risco fiscal e inflacionário após o novo governo expor críticas à condução da política monetária.

“O cenário atual favorece um tom mais duro do Copom, e deve dificultar, ao menos no curto prazo, algum alívio no aperto monetário o que seria desfavorável para os ativos de risco”, avaliou Leandro De Checchi, analista de Investimentos da XP.

A espera por um tom mais firme por parte do Copom explicou, em grande medida, a alta das taxas futuras. Ao fim da sessão regular, o DI com vencimento em janeiro de 2025 subiu 5,5 pontos-base 12,895%; o de Jan/27 avançou 8 pontos-base, a 12,91%; o DI de Jan/29 ganhou 8 pontos-base, a 13,08%; e o de Jan/31, 8 pontos-base a 13,16%. Perto das 16h30, o dólar futuro subia 0,25% a R$5,114.

Nos Estados Unidos, o rendimento do título do Tesouro americano de dez anos recuava 4,3 pontos-base a 3,486%, após a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de elevar a taxa-alvo básica de juros americana em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,50% e 4,75% – em linha com o consenso. O presidente do Fed, Jerome Powell, iniciou há instantes sua entrevista coletiva.

No cenário político, o Senado iniciou nesta tarde a sessão em que será escolhido o presidente da Casa, com anúncio de retirada de candidatura ao cargo pelo senador Eduardo Girão (Podemos), que declarou apoiou a Rogério Marinho (PL).

Segundo analistas ouvidos pela Mover, enquanto na Câmara dos Deputados o grande acordo costurado entre governo federal e parlamentares para a reeleição de Arthur Lira (PP) deve garantir maior governabilidade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Senado o quadro pode ser bastante diferente.