Por: Patricia Lara
A inflação ao consumidor no Brasil desacelerou em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas o alívio foi mais brando do que as expectativas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,61%, ante 0,71% na medição de março. Segundo o TC Consenso, o mercado esperava uma variação mensal de 0,55%, de acordo com a mediana das 21 projeções.
No acumulado dos últimos 12 meses até abril, o IPCA subiu 4,18%, acima do consenso de mercado que estava em 4,10%. Nos 12 meses até março, a alta foi de 4,65%.
Para o coordenador de preços da Fundação Getulio Vargas – Instituto Brasileiro de Economia (FGV-Ibre), André Braz, a inflação continua pressionada e espalhada por quase todos os setores da economia brasileira.
“A pressão inflacionária está bem disseminada, a começar pelo índice de difusão, que mostrou que 66% dos produtos e serviços comprados pelas famílias subiram de preço. Todos os grandes grupos do IPCA avançaram em comparação a março e, além disso, os serviços livres estão subindo, como condomínios, passagens aéreas, salões de beleza e alimentação fora de casa”, destacou.
Na contramão do mercado, Braz esperava avanço de 0,60% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, em linha com a alta de 0,61% informada mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e acima do consenso de 0,55%. SEegundo o IBGE, o índice de difusão dos núcleos do IPCA subiu de 59,95% para 66,05% em abril, enquanto serviços foram de 0,25% para 0,52%, e serviços subjacentes, de 0,35% para 0,55%.
Para Braz, o dado não oferece margens para iniciar a discussão sobre o cortes de juros no Brasil. “A inflação está bem espalhada e bem pressionada. A alta de 0,61% do IPCA em abril não é um número que deixa a autoridade monetária confortável para iniciar um debate mais amadurecido sobre corte de juros. Apesar de tudo, a inflação do primeiro semestre do ano passado estava tão alta que conseguimos ver uma desaceleração em 12 meses”, declarou.
O IPCA acumulado em 12 meses está atualmente em 4,18% – em abril do ano passado, o número era de 12,13%.