Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (14) em alta pelo quarto dia consecutivo, impulsionado pelas ações da Vale e da Petrobras, que subiram em linha com a valorização das commodities. Investidores também repercutiram dados econômicos do exterior e a decisão de juros na Zona do Euro.
O Ibovespa avançou 1,03%, aos 119.391 pontos. A sessão teve volume de R$18,8 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Na China, o Banco do Povo anunciou um corte na taxa de compulsório bancário em 25 pontos-base, para 7,4%, em decisão que busca estabilizar o yuan e apoiar a recuperação econômica do país.
Mais cedo, o Banco Central Europeu elevou a taxa básica de juros da Zona do Euro em 25 pontos-base, para 4,5% ao ano, nível recorde. A presidente do BCE, Christine Lagarde, ressaltou que o foco continua no controle da inflação na região.
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) avançou 0,70% em agosto na base mensal, acima do consenso de alta de 0,40%. O indicador pode apoiar a tese da necessidade de uma nova elevação da taxa de juros neste ano, mas não impactou a sessão, e as bolsas americanas fecharam em alta.
No mercado acionário brasileiro, o foi das ON da Vale, da CSN e as PN da Bradespar, que avançaram 4,10%, 3,65% e 5,17%, respectivamente, e foram as maiores altas percentuais e contribuidoras por pontos do Ibovespa. Os papéis reagiram à quarta alta consecutiva do minério de ferro na China, que atingiu hoje as máximas desde abril. O Índice de Materiais Básicos ganhou 2,08% e liderou as altas dos índices setoriais da B3.
Segundo o especialista em mercado da Matriz Capital, Elcio Cardozo, as ações da Vale também foram impactadas pelo relatório do JP Morgan, que elevou a recomendação das ações ON de “neutra” para “compra” com preço-alvo, em R$89,00.
As ON e PN da Petrobras subiram 2,94% e 2,54%, respectivamente, em linha com a alta do petróleo Brent, que hoje atingiu o maior patamar do ano, cotado acima de US$93 por barril.
Já as ON da Casas Bahia despencaram 18,92% e atingiram a mínima histórica, na maior queda diária desde março de 2020. A ex-Via frustrou expectativas na emissão de novas ações. A empresa vendeu 779 milhões de ações na oferta, precificadas a R$0,80 por papel, e embolsou R$623 milhões, bem abaixo da meta de R$1 bilhão. “O valor não paga um trimestre de despesa financeira”, disse o analista do TC Matrix, Malek Zein.