Por Patricia Lara
O Ibovespa recua na retomada dos negócios após o feriado à medida em que as bolsas externas operam em queda à espera das decisões de Bancos Centrais na Super Quarta.
Por volta das 10h40, o Ibovespa recuava 1,16%, aos 103.217 pontos, queda mais acentuada no que se vê no exterior. No mesmo horário, o S&P 500 cedia 0,39%, aos 4.151 pontos, em Nova York.
No Brasil, está consolidada a expectativa de manutenção da taxa básica de juros Selic nesta quarta-feira, mas a confirmação de aumento do salário mínimo e da faixa de isenção de Imposto de Renda da Pessoa Física pelo governo traz vetor adicional para impulsionar a atividade e gerar pressão inflacionária.
Nos Estados Unidos, a compra do First Republic pelo JPMorgan reduziu os temores com uma crise bancária de escopo mais abrangente, mas ampliou a possibilidade de mais um aumento da taxa básica de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto, o FOMC, amanhã.
As ações das Lojas Renner ON cediam 3,35%, a R$15,31, e respondiam pela maior queda, seguidas pela Vibra ON, com baixa de 3,03%, a R$12,81. As ações preferenciais do Carrefour Brasil perdiam 2,88%, a R$10,44, antes de a rede supermercadista anunciar balanço após o fechamento do pregão.
Entre as maiores altas estavam as ações da Suzano ON, que subiam 3,57%, a R$41,18, e as da Cielo ON, com avanço de 1,83%, a R$ 5,55.
Desde ontem, está em vigor o novo salário mínimo de R$1.320,00, ante os R$1.302,00 vigentes anteriormente. O mercado também repercute hoje o pacote tributário anunciado pelo governo brasileiro no domingo, que inclui a inesperada taxação de rendimentos no exterior de pessoas físicas residentes no Brasil, a partir de 2024. A tributação foi incluída na Medida Provisória (MP) 1.171, que também alterou a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. Agora, a faixa de isenção passou para até dois salários-mínimos (R$ 2.640,00).
As ações ON e PN da Petrobras cediam 1,72% e 1,65%, respectivamente, em movimento de ajuste. Os contratos futuros do petróleo Brent derretiam 1,64%, a US$78,00 por barril, após dados fracos da China abalarem a expectativa de demanda do país e com a preocupação sobre consumo nos Estados Unidos.
A atividade manufatureira inesperadamente caiu em abril, segundo informações divulgadas no último domingo. O índice oficial de gerentes de compras (PMI) da manufatura caiu para 49,2 pontos no mês passado, frente aos 51,9 pontos registrados em março, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas, portanto, abaixo da marca de 50 pontos que separa expansão e contração na atividade.