Ibovespa cai pressionado por Vale com IPCA e arcabouço no radar

Petrobras também puxa baixa do índice

B3/Divulgação
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Por: Luca Boni

O Ibovespa iniciou a sessão desta quinta-feira em queda, pressionado pelos papéis de siderúrgicas e mineradoras após o tombo do minério de ferro nos mercados asiáticos. Investidores seguem repercutindo a divulgação de balanços corporativos, ajustando suas posições à espera de dados de inflação ao consumidor que serão divulgados amanhã e ao desenrolar do projeto do arcabouço fiscal no Congresso.

Por volta das 10h20, o Ibovespa recuava 0,53%, aos 106.879 pontos. O volume de negócios projetado para a sessão é de R$27,1 bilhões acima da média de 50 pregões.

As ON da Vale, as CSN e PN da Gerdau caíam 2,02%, 2,31% e 1,68%, respectivamente. Na madrugada, o minério de ferro cedeu 3,5% na bolsa chinesa de Dalian, após os dados de inflação colocarem em xeque a perspectiva de demanda. O índice de Materiais Básicos recuava 1,51%.

As ON e PN da Petrobras recuam 1,02% e 1,06%, respectivamente. Investidores aguardam o balanço da estatal, que será divulgado após o encerramento da sessão. Os contratos futuros do petróleo Brent perdem 1,50%, a US$75,23 por barril.

As PN da Alpargatas caíam 6,54%, seguidas das PNA de Usiminas e PN da Bradespar, que perdiam 2,88% e 2,78%, respectivamente, entre as maiores quedas do Ibovespa.

Em um início de pregão predominantemente negativo para o mercado acionário em geral, apenas 25 dos 86 ativos que compõem o Ibovespa avançavam. O destaque positivo era das ON da Minerva e YDUQS, que ganhavam 2,96% e 3,34%.

Operadores de mercado ajustam suas posições na expectativa pela divulgação do Índice Nacional de Preços Amplo (IPCA), amanhã às 09h00. Segundo o TC Consenso, o mercado espera alta mensal de 0,55% do indicador em abril, uma desaceleração em relação a março, quando o indicador avançou 0,71%.

Segundo o economista Fábio Louzada, o mercado está otimista em relação aos dados do IPCA, o que pode ser um indicativo de início de queda de juros no Brasil no segundo semestre.

No campo político, investidores estão atentos ao desenrolar do arcabouço fiscal no Congresso. O relatório do deputado Cláudio Cajado (PP) era esperado para ser entregue hoje na Câmara dos Deputados, mas pode atrasar uma semana, em meio a pressões de parlamentares para alterações que endureçam o texto.

Mais cedo, Cajado disse a jornalistas após uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB) que o momento de votar o arcabouço fiscal caberá ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e aos líderes partidários. “Estou concluindo o relatório, ele ainda não está completamente finalizado, mas espero que, com a chegada hoje do presidente Arthur Lira, nós possamos ter essa data para disponibilizar o relatório”, destacou.