Por Giovanni Porfírio
O Índice Bovespa opera em queda na manhã desta quinta-feira, pressionado pelas ações da Vale após dados com desaceleração mais acentuada da inflação da China corroborarem receio com esfriamento mais intenso da atividade global. A Hapvida também está entre os destaques negativos. Na contramão, as ações do Méliuz têm a maior alta percentual, após a companhia concluir um acordo com o banco BV para a oferta de produtos financeiros. Investidores acompanham ainda uma série de reuniões de membros do Banco Central com representantes do setor financeiro nacional, além de encontros de ministros ao longo do dia.
Perto das 10h30, o Ibovespa caía 0,41%, a 106.007 pontos. Em pontos, as ações ordinárias da Vale (VALE3) cediam 1,36%, a R$84,93, e desidratavam o índice em mais de 200 pontos, enquanto os papéis ordinários da Hapvida (HAPV3) retiravam cerca de 75 pontos no índice.
Na China, a inflação ao consumidor desacelerou para 1% em fevereiro, ante o consenso de 1,9%. “Essa dinâmica foi lida pelo mercado como um sinal de que a demanda doméstica chinesa não está tão aquecida quanto o se esperava com a reabertura plena da economia do país”, segundo nota do Bradesco, assinada pelo economista-chefe Fernando Honorato.
Colaborando para suavizar a queda do índice, as ações ordinárias de Méliuz (CASH3) subiam 6,25%, a R$1,03, após a companhia de serviços financeiros e cashback anunciar que concluiu a venda de 3,85% do seu capital social para o banco BV, dizendo estar “em estágio final” na negociação dos contratos para a venda da plataforma Bankly, prevista no acordo.
No lado oposto, os papéis ordinários de Hapvida recuavam 11,30%, a R$2,59, após a rede de planos de saúde concluir a liquidação financeira de R$750 milhões em debêntures, afirmando que estuda medidas para aprimorar sua estrutura de capital, incluindo vendas de ativos não-essenciais e emissão de ações.
Nesta quinta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, se reunirá por videoconferência com os presidentes do Bradesco, Itaú, Santander e do BTG Pactual, além de representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, para tratar de conjuntura econômica.
A reunião ocorre em meio a sinais de esforços do governo para apresentar uma nova regra fiscal, que será tema do encontro hoje do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), em Brasília, segundo o Valor.