Ibovespa cai com pressão de Petrobras (PETR4), mas registra maior alta mensal em mais de dois anos

Confira o fechamento da Bolsa nesta sexta (30)

Divulgação/B3
Divulgação/B3

Por Luca Boni

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (30) em queda, após um pregão com bastante volatilidade, com investidores reagindo à notícia de nova redução no preço da gasolina anunciada mais cedo pela Petrobras, e à decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter inalterada a meta de inflação para 2026 em 3%.

O Ibovespa recuou 0,25%, aos 118.087 pontos. A sessão teve volume de R$25 bilhões, acima da média de 50 pregões. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 0,75%, e no mês avançou 9,00%, a maior alta mensal desde dezembro de 2020. No segundo trimestre e primeiro semestre, o índice subiu 13,08% e 7,61% respectivamente.

Entre os destaques corporativos, as ações da Petrobras (PETR4) despencaram cerca de 5% e pressionaram o Ibovespa, tendo acentuado a trajetória de queda após a notícia da redução nos preços da gasolina e do gás de cozinha.

Segundo o head de renda variável da AVG Capital, Apolo Duarte, “a notícia não foi bem recebida pelos investidores, visto que tivemos um movimento contrário em outras empresas de petróleo, como a PRIO e 3R Petroleum, que aumentaram a alta depois que a Petrobras anunciou as reduções”.

As ON da Lojas Renner caíram 6,50%, a maior queda percentual do índice. Segundo Duarte, “o mercado também não está gostando da notícia de que a Shein começaria a produção no Brasil, então as empresas de vestuário podem ser bem afetadas por conta disso”.

Na ponta oposta, as ON da Eletrobras, da WEG e as PN do Bradesco avançaram 2,69%, 1,73% e 2,47%, respectivamente, e foram as principais contribuidoras por pontos, amenizando as perdas do Ibovespa.

As ON da Hapvida, da MRV e as Units da Energisa subiram 4,29%, 3,58% e 3,38%, respectivamente, e figuraram entre as maiores altas percentuais do índice.

Para Duarte, a decisão de ontem do CMN de manter a meta de inflação e implementar a mudança para meta contínua a partir de 2025 “melhora a ancoragem de expectativas como um todo, então, se tivermos para frente uma inflação controlada e com maior ancoragem, abrem-se as portas para no segundo semestre temos uma queda de juros, talvez até surpreendendo muitas expectativas”.