Ibiuna: Manutenção da meta de inflação em 3,0% reduz ruído criado pelo governo

Gestora publicou carta aos cotistas nesta segunda (3)

Agência Brasil
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Por Gabriel Ponte

A manutenção da meta de inflação em 3,0% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o médio prazo contribui para o cenário benigno desenhado para os mercados acionários adiante, revertendo o ruído gerado pelo governo no início deste ano, avaliou a Ibiuna investimentos em carta a cotistas publicada nesta segunda-feira (3).

De acordo com a gestora, além da manutenção da meta, surpresas de baixa na inflação têm levado a revisões nas projeções de preços para este ano, criando a perspectiva de antecipação do início do corte de juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) ainda no terceiro trimestre de 2023.

A Ibiuna também afirmou, na carta, que o cenário global tem mostrado distensão, com potencial de ficar mais benigno para países emergentes no segundo semestre deste ano. A gestora mantém posição aplicada em juros nominais e reais – aquela que se beneficia com a queda das taxas – e exposição a ações brasileiras visando a captura de alfa puro, ou excesso de retorno, via posições long e short não direcionais, isto é, que ganham com a baixa e a alta de papéis. 

Nos mercados globais, a gestora entende que o principal tema de investimento será o impacto da precificação da proximidade do fim do aperto monetário nas economias centrais, sobre a perspectiva de afrouxamento monetário em outros países. 

Embora reconheça que banqueiros centrais de economias desenvolvidas já acenaram para a possibilidade de altas adicionais dos juros no segundo semestre, a Ibiuna alerta para a leitura de que o emprego e atividade econômica em economias centrais começarão a sentir o aperto monetário implementado nos últimos doze meses, permitindo uma desaceleração rápida do crescimento e o alívio nos preços. 

Nos EUA, a Ibiuna reduziu no mês passado a posição tomada em juros curtos – que se beneficia com a alta das taxas – e manteve posições aplicadas em países tanto do G10, como emergentes, com maior perspectiva de precificação do início de ciclos de queda de juro no segundo semestre. 

No mercado de câmbio, o viés da gestora segue sendo de posição vendida em dólar e comprada, principalmente, em moedas de maior carrego, como o peso mexicano e o real.