Haddad diz torcer para que arcabouço fiscal fique pronto esta semana e lota agenda com ala política

Lula orientou que antes do anúncio oficial ele se reúna com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD)

Agência Brasil
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Por Sheyla Santos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que está torcendo para que o Arcabouço Fiscal fique pronto e seja divulgado ainda nesta semana, antes da viagem que fará junto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à China.

Segundo Haddad falou a jornalistas nesta segunda-feira, Lula orientou que antes do anúncio oficial ele se reúna com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), líderes partidários e economistas que não sejam do mercado a fim de evitar “contágio e informação privilegiada” — palavras do ministro.

Depois de colher sugestões e alinhavar o texto, Lula decidirá como prosseguir. O risco, claro, é de que o texto não fique pronto essa semana. Haddad deve correr contra o tempo e tenta marcar as reuniões para hoje e amanhã. “O anúncio do Arcabouço pode ser feito a qualquer momento, depende do presidente Lula que me pediu essas reuniões”, afirmou.

Já nesta segunda, o titular da Fazenda se reune com José Guimarães (PT), líder na Câmara dos Deputados, às 10h30 desta segunda, e com Jaques Wagner (PT), líder no governo no Senado, na sequência, às 11h — em encontros marcados de última hora. Uma reunião, às 18h, com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, também foi anunciada pouco antes das 11h. “As reuniões devem acontecer entre hoje e amanhã. O presidente mantém a intenção de anunciar antes da viagem para a China no sábado”.

Haddad ainda tenta divulgar o arcabouço antes de quarta, quando acontecerá a reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central. O ministro espera que, com a proposta em mãos, o Copom possa incluir em seu horizonte a perspectiva de uma melhora da política fiscal e, como consequência, indicar uma trajetória de flexibilização da política monetária.

Sobre a reunião de sexta-feira, com Lula, Haddad a definiu como “muito boa” e “muito proveitosa”. “Eu tinha muita preocupação com vazamentos. Felizmente, nós conseguimos que ele fosse o primeiro a conhecer antes de começarem os vazamentos que são típicos desse projeto.”