Por Sheyla Santos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou a jornalistas nesta sexta-feira (28) que, na visão dele, há um “espaço razoável” para um corte da taxa básica de juros, a Selic, a partir da próxima semana. “Há espaço para um início de corte razoável, porque estamos distantes do que o Banco Central chama de juro neutro, que é inferior a 5%. Estamos com o dobro do juro neutro. Então tem um espaço generoso aí pra aproveitar, mas quem vai definir é o Banco Central.”
“Penso que, às vésperas de uma semana importante, que é a primeira reunião do segundo semestre do Copom, é preciso salientar que o mundo inteiro já compreendeu que está acontecendo alguma coisa boa no Brasil e que o rumo dado para a agenda econômica vai na direção, vai ao encontro do que o Brasil precisa para restabelecer a confiança, atrair investimentos e, sobretudo, gerar bem-estar para população brasileira”, afirmou.
A fala de Haddad ocorreu no gabinete da Fazenda, em São Paulo, quando o chefe da pasta convocou jornalistas para comentar a melhora do rating do Brasil pela agência de risco canadense DBRS, de BB (low) para BB, com tendência estável.
“A gente está habituado com as três mais conhecidas, a S&P, Moodys, e a Fitch, mas tem essa agência canadense DBRF que hoje mudou a nota do Brasil também”, acrescentou.
O ministro frisou que, apesar de os ventos estarem favoráveis em relação à imagem do Brasil no exterior, a economia está sofrendo um processo de desaceleração por conta do juro real na casa de 10%. “A inflação está muito controlada, inclusive os núcleos, serviço, alimentos. Está tudo muito controlado e isso, na comparação internacional, nos dá um espaço extraordinário de crescer mais e gerar mais oportunidades”, finalizou.
No próximo dia 2 de agosto será realizado o segundo dia de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), data na qual o colegiado irá definir os rumos da Selic.