Governo libera R$ 50 bilhões para o Desenrola

Os bancos têm até o dia 27 de setembro para aderir voluntariamente ao programa do governo

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Por: Sheyla Santos

Lançado ontem sem a plataforma estar pronta, sem aplicativo, e atendendo primeiramente ao público mais endinheirado, que recebe até R$20 mil, o programa de refinanciamento de dívidas do governo federal, Desenrola Brasil, liberou recursos da ordem de R$50 bilhões para que o sistema bancário faça a renegociação.

Na prática, a cada R$1 oferecido como desconto, os bancos poderão apurar R$1 de crédito presumido.

Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira no fim do primeiro dia do programa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o Desenrola tem o potencial de “desnegativar” o nome de 1,5 milhão de pessoas. Ele disse ainda que caso o Nubank aderisse voluntariamente ao programa, esse número subiria para 2,5 milhões.

“Nesta fase, o estímulo é a antecipação do crédito presumido. O estímulo na segunda fase é o aval do Tesouro”, explicou Haddad ao dizer que o banco não teria achado o estímulo por meio de crédito tributário vantajoso.

Os bancos têm até o dia 27 de setembro para aderir voluntariamente ao programa do governo.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

MANCHETES DOS JORNAIS

Valor Econômico: Tributação sobre patrimônio cresce e contribui para arrecadação maior

O Estado de S. Paulo: Sem o ‘bônus’ da safra agrícola, prévia do PIB cai 2% em maio

O Globo: Bancos dão desconto de até 96% em quitação de dívidas à vista

Folha de S.Paulo: Imposto sobre renda será reformado com cautela, diz Haddad

DESTAQUES DO DIA

Lula realiza a live “Conversa com o presidente”.

ECONOMIA

Haddad, da Fazenda, disse à jornalista Mônica Bergamo que espera dificuldade para aprovar a segunda fase da reforma tributária, que incidirá sobre a renda. Segundo ele, a discussão que envolverá receita e patrimônio de pessoa física e jurídica, impactando taxação e dividendos, deverá ser discutida com cautela. (Folha)

O programa Desenrola será dividido em três fases, que atenderão faixas de clientes que contraíram dívidas até 31 de dezembro de 2022. Ontem, foram lançadas parte da faixa 1, com a desnegativação automática para quem tem débitos bancários de até R$100, e a faixa 2, com a renegociação de dívidas bancárias para quem recebe até R$20 mil. A próxima fase deverá entrar em vigor a partir de setembro, quando a plataforma do programa será disponibilizada. (Mover)

Na faixa 2, que não tem um teto para renegociação de dívidas, os devedores que recebem até R$20 mil deverão entrar em contato diretamente com as instituições financeiras por meio de seus respectivos canais oficiais. (Mover)

Apesar de o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, ter dito de manhã à GloboNews que a desnegativação automática de dívidas até R$100 não constituiria um “perdão da dívida”, Alexandre Ferreira, da secretaria de Reformas Econômicas, disse em coletiva, ao lado de Haddad, que o banco não poderá negativar o cliente novamente por causa da dívida de até R$100, caso ela não seja paga.

O anúncio da Rússia de que não renovará sua participação em um acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro pode ter consequências nos preços globais dos alimentos. A Ucrânia é um dos principais exportadores mundiais de girassol, milho, trigo e cevada, e os preços desses produtos aumentaram em resposta ao fim do acordo. (BBC)

O Japão suspendeu a importação de produtos avícolas de Santa Catarina após a confirmação de caso de gripe aviária em um animal doméstico no Estado, disse o Estadão, citando um ofício do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura japonês. (Mover)

POLÍTICA

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou o adiamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Antes anunciado para julho, o programa agora deverá ser lançado depois do recesso dos parlamentares. (Folha)

A anulação das principais provas apresentadas na leniência da Odebrecht pelo STF tem tido um efeito devastador nos casos remanescentes da Lava Jato em todo o país, beneficiando indivíduos como o irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Inicialmente, essas decisões foram tomadas pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, e agora estão sob responsabilidade de Dias Toffoli. As provas contestadas são provenientes dos sistemas internos de comunicação (Drousys) e contabilidade e controle de pagamentos indevidos (MyWebDay) da Odebrecht. (Folha)

ESTATAIS

A Petrobras planeja investir cerca de US$ 78 bilhões (R$ 375 bilhões) entre 2024 e 2028, segundo o presidente da empresa, Jean Paul Prates. O novo plano estratégico incluirá uma ênfase na transição energética, com destaque para energias renováveis. A empresa pretende publicar ajustes no planejamento atual em agosto, preparando o mercado para o lançamento do documento estratégico reformulado no final do ano. (Reuters)

AGENDA

O presidente Lula cumpre agendas na Europa. Às 8h, participa de café da manhã com lideranças progressistas, em Bruxelas, na Bélgica (horário local: +5h em relação à Brasília).

Às 9h30, participa da sessão Plenária da III Cúpula CELAC-UE. Às 10h30, encontra-se com o primeiro-ministro do Reino da Suécia, Ulf Kristersson, à margem da Sessão Plenária.

Às 11h30, reúne-se com o chanceler federal da Áustria, Karl Nehammer, à margem da Sessão Plenária. Às 13h, realiza a live “Conversa com o presidente” (horário local: +5h em relação a Brasília).

Às 15h15, encontra-se com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen. Às 16h, reúne-se com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, cumpre agendas no Palácio do Planalto. Às 9h, reúne-se com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Às 10h30, recebe o deputado Arnaldo Jardim (Solidariedade). Às 11h, reúne-se com o embaixador do Uruguai, Guillermo Valles. Às 12h, recebe o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo, Francisco Pereira de Sousa Filho.

Às 14h, participa da abertura de seminário sobre semicondutores. O evento terá a participação do professor do Departamento de Economia da Universidade Nacional de Seul, Keun Lee.

Às 16h, recebe o CEO da Alupar, Paulo Godoy.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reúne-, às 9h, com o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e os ministros da Casa Civil e de Minas e Energia. Às 10h, reúne-se com o secretário-executivo, Dario Durigan.

Às 11h, recebe o diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), Alexandre Amorim. Às 11h30, encontra-se com o diretor-presidente da Empresa Gestora de Ativos EMGEA, Fernando Pimentel.

Às 14h, recebe o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Furian Ardenghy. Às 15h30, reúne-se com o subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira. Às 17h, reúne-se com o secretário-executivo, Dario Durigan.

Às 18h30, encontra-se com o Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello.